O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, prestou seu aguardado depoimento à CPI do Futebol nesta quarta-feira. E negou todas as acusações de corrupção: o cartola afirmou ser inocente mesmo após o indiciamento pelo FBI e garantiu que procura fazer uma gestão transparente na entidade:
– Desde que assumi, venho trabalhando para que o futebol seja tocado dentro da boa conduta. Chego a esta comissão sob o impacto de me ver alvo de uma investigação do FBI. Confesso que em nenhum dos procedimentos foi me dado o direito de saber os detalhes. Me defenderei em todos os foros adequados e não tenho dúvida da minha inocência. Tudo o que acumulei foi fruto do meu trabalho árduo – afirmou o dirigente.
Em seguida, Del Nero atribuiu as acusações de corrupção às gestões anteriores na CBF, inclusive na Copa do Mundo de 2014:
– Os fatos investigados datam de antes da minha gestão. Também não tenho nenhuma informação sobre irregularidades no COL – disse, mesmo com seu nome tendo constado do relatório do FBI. O presidente licenciado da CBF também desmentiu todas as informações da justiça norte-americana, garantindo que nunca se encontrou com J. Hawilla, da Traffic, e refutou as gravações em que foi registrado.
Questionado pelo senador Romário (PSB-RJ) sobre o fato de ter deixado de lado a sua rotina de viagens com a Seleção Brasileira após as primeiras prisões de dirigentes da Fifa na Suíça – quando José Maria Marín foi detido –, Del Nero foi lacônico.
– Meus advogados aconselharam a não viajar – declarou, para ouvir de Romário que ele havia mentido. – Seu cliente tem que responder pelo menos uma pergunta de forma verdadeira. Ele não responde nenhuma – disse o senador ao advogado do dirigente.
Del Nero também afirmou que seu afastamento da presidência da CBF foi uma forma de colaborar com as investigações da CPI do Futebol.
– Tomei a iniciativa de me afastar da presidência da CBF para me dedicar a minha defesa e evitar influência nas investigações.
*LANCEPRESS