O ano de 2015 serviu para confirmar o Brasil entre as potências mundiais do surfe. Além do bicampeonato brasileiro conquistado pelo paulista Adriano de Souza, a Brazilian Storm - como é conhecida a equipe brasileira pelos gringos - fez história com triunfos inéditos nesta temporada.
Além de Mineirinho, Gabriel Medina, Filipe Toledo e Italo Ferreira também possuem motivos para agradecer o ano de 2015. Os quatro atletas estão entre os dez melhores surfistas do mundo e acumulam grandes conquistas. Na segunda divisão (WQS), o Brasil também provou sua hegemonia ao garantir mais três atletas na elite.
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Confira os principais feitos dos surfistas brasileiros na temporada:
1) Dois títulos mundiais consecutivos na elite
Mesmo com fortes representantes na elite do surfe mundial, durante anos o Brasil buscou um título sem sucesso. Mas quando conseguiu, a nova geração de surfistas brasileiros provou que chegou para bater de frente com australianos e americanos. O fenômeno paulista de Maresias, Gabriel Medina, foi o pioneiro em 2014. E no embalo da boa fase brasileira, Adriano de Souza repetiu a dose para o país nesta temporada.
Medina campeão em 2014 e Mineirinho campeão em 2015. Imagens: AFP e WSL
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2) Primeira vitória em Pipeline
A última etapa do circuito mundial de surfe, em Pipeline, é tradicionalmente a mais desejada pelos surfistas. Além de normalmente ser a decisão campeonato, o evento é realizado nos gigantescos e perigosos tubos havaianos. Vencer no Havaí poderia ser comparado a ganhar o Torneio de Wimbledon no tênis. Todos os atletas sonham em vencer em Pipe, e foi o que Adriano de Souza fez no dia 17 de dezembro. Mineirinho foi o primeiro brasileiro da história a vencer a etapa, ao bater Gabriel Medina na final.
Imagem: Kirstin Scholtz/WSL
Após conquistar o título mundial, Adriano de Souza é campeão em Pipeline
3) Título inédito da Tríplice Coroa Havaiana
O Havaí representa a meca do surfe mundial. O arquipélago é tão tradicional no esporte que existe uma disputa paralela todos os anos, denominada Tríplice Coroa. A série de três eventos reúne as etapas do WQS em Alii Beach e Sunset Beach, no mês de novembro, e a em Pipeline pela WSL, no mês de dezembro. O surfista que mais somar pontos nas três competições é considerado o campeão da coroa. O grande campeão desta temporada foi Gabriel Medina. O paulista foi semifinalista nas duas primeiras competições, e vice-campeão em Pipe. Nunca um brasileiro havia conquistado a taça.
Medina com o troféu da Tríplice Coroa Havaiana. Imagem: Reprodução
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4) Domínio no ranking da elite mundial de surfe
Na temporada 2015, a bandeira brasileira apareceu mais vezes entre os melhores do mundo na elite. Quatro brasileiros figuraram entre os 10 melhores surfistas do mundo, na classificação final do ranking: Adriano de Souza (1º), Gabriel Medina (3º), Filipe Toledo (4º) e Italo Ferreria (7º).
Os australianos tiveram três representantes no top 10: Mick Fanning (2º), Owen Wright (5º) e Julian Wilson (6º). Já os americanos contaram com dois: Kelly Slater (9º) e Nat Young (10º).
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5) Número de vitórias em etapas da WSL
O Brasil foi o país que mais venceu etapas na elite mundial em 2015. Foram seis título em 11 possíveis.
Filipe Toledo - 3 (Gold Coast, Rio de Janeiro e Portugal).
Adriano de Souza - 2 (Margaret River e Pipeline).
Gabriel Medina - 1 (França).
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6) Melhor "Rookie of the Year" (Calouro do Ano)
O potiguar Italo Ferreira fez bonito em seu primeiro ano na elite do surfe. O surfista de 21 anos foi eleito o melhor calouro da temporada, ao terminar o campeonato na sétima colocação do ranking mundial. Seus melhores resultados foram o vice-campeonato em Portugal, e a semifinal na etapa do Rio de Janeiro.
Italo (E), ao lado de Filipinho (D), foi vice em Portugal. Imagem: Kirstin Scholtz/WSL
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7) Título também na segunda divisão
Além da conquista de Adriano de Souza na WSL, o Brasil também pintou de verde e amarelo a WQS, a segunda divisão mundial do surfe.
O paulista Caio Ibelli, de 22 anos, faturou o caneco mesmo sem ganhar uma etapa sequer, ao conseguir 30 mil pontos na soma de suas cinco melhores performances no ano: segundo lugar em Cascais, terceiro em Ballito, terceiro em Saquarema, quinto em São Paulo e nono em Sunset Beach.
Caio foi campeão com 30 mil pontos. Imagem: Divulgação/WSL
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8) Brazilian Storm terá mais representantes em 2016
Os sete surfistas que representaram o Brasil entre os 32 melhores atletas do mundo em 2015 terão reforços para 2016, quando esse número saltará para 10.
Por meio da WQS, Caio Ibelli, Alejo Muniz e Alex Ribeiro se classificaram para a elite mundial e se juntam a Adriano de Souza, Gabriel Medina, Filipe Toledo, Ítalo Ferreira, Wiggolly Dantas, Miguel Pupo e Jadson André.
Caio Ibelli (E), Alejo Muniz (C) e Alex Ribeiro (D) estão na elite. Imagem: WSL
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A temporada do surfe em 2016 começa em março, em Gold Coast, na Australia. Do dia 10 ao 21, a praia australiana de Snapper Rocks recebe a primeira etapa da WSL.
*ZHESPORTES
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