Márcio Chagas da Silva, ex-árbitro e atual comentarista de arbitragem da RBS TV, participou do Paredão do Guerrinha, deste sábado (21). Ele relembrou o início de sua carreira e comentou o episódio em que foi vítima de racismo, no Campeonato Gaúcho de 2014.
"Eu comecei em 1999, na época eu era acadêmico de educação física na Unisinos, e vi a possibilidade de ter um ganho a mais. Eu fazia estágio no Hospital Psiquiátrico São Pedro. Ali eu cresci bastante como ser humano. Não dava para me manter, então resolvi fazer o curso de arbitragem. Não sou um jogador de futebol frustrado", garantiu.
No curso, foi colega de nomes como Anderson Daronco e Jean Pierre Lima. No ano seguinte, já era bandeirinha da Federação Gaúcha de Futebol. Em 2001, começou a apitar seus primeiros jogos. Ao longo da carreira, colecionou histórias e amizades.
"Tive 15 anos dentro dos gramados, com algumas tristezas, muitas alegrias. Mais amigos do que inimigos. Mas no futebol a gente sabe, rolou a bola, a gente conhece as pessoas", refletiu.
Quando foi vítima de racismo, em março de 2014, o até então juiz, decidiu que sua vida ia mudar de rumo. Ele lembrou que achou seu carro amassado e com bananas, depois de uma partida entre Esportivo e Veranópolis, na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.
"A partir dali, eu fiquei bem desgostoso com o que aconteceu. Naquele primeiro momento eu fiquei bem desgostoso. Naquele primeiro momento eu pensei em largar logo que cheguei em casa. Mas me fortaleci no momento que vi meu filho. No jogo não teve nada que pudesse inflamar o torcedor. Aí me deparei com aquela situação toda. Aí terminei a competição e nesse meio tempo pintou o convite de ingressar no Grupo RBS", revelou.