Principal alvo das acusações feitas pelo senador Romário sobre convocações que favoreceriam empresários, o coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, desafiou o ex-atacante a abrir mão de sua imunidade parlamentar e tornar pública suas contas. Em entrevista no programa Bem, Amigos, do SporTV, na noite desta segunda-feira, o dirigente afirmou que, caso Romário aceite o desafio, o dirigente disse que também tornará pública sua contas - inclusive no Exterior - e quebrará seu sigilo telofônico.
O ex-goleiro confirmou que estuda uma ação judicial contra o ex-companheiro de Seleção Brasileira.
- A gente ficou surpreso com o que ele falou, mas vamos fazer uma ação judicial. Como ele tem imunidade, é senador, os advogados estão estudando como se faz isso. Por que ele não abre mão da imunidade a abre as contas dele? Eu abro, se ele fizer, eu abro, abro meu sigilo bancário, telefone, das minhas contas no Exterior, abro também, são regulares e estão no Banco Central.
Na semana passada, em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o senador afirmou que "há interesses por trás" das convocações da Seleção Brasileira:
- Dunga é meu amigo, mas não é a sua hora. Não convoca-se mais os melhores, há interesses por trás. O diretor é Gilmar Rinaldi, que, até um dia antes de sua nomeação, era um agente de jogadores. Você viu a convocação? Todos pertencem aos empresários que lucram com convocações.
Incomodado com as declarações, Gilmar questionou a conduta de Romário na época de jogador, ao lembrar que assinou sua demissão do então atacante do Flamengo quando era diretor de futebol do clube.
- Nunca fui amigo dele e ele não tem condição de ser meu amigo, até porque conheço bem o Romário. Fui diretor dele no Flamengo, realmente assinei a demissão dele para que fosse embora.
Também presente no programa, Dunga disse que ficou decepcionado com a denúncia de Romário. O técnico da Seleção, que já havia se pronunciado por meio de nota oficial, disse que considerava o ex-companheiro da campanha do tetracampeonato mundial "um amigo":
- (Foi) uma grande decepção, pelo fato de que sempre fui amigo dele. O amigo entendo como respeito, o cara ser honesto, defender o companheiro. Se tem alguma dúvida, podia ter me ligado e perguntado. Estamos tomando providências, esperamos que a imunidade parlamentar dele não atrapalhe. O senador Romário tem que trazer os fatos. Disparar para todo lado e atingir as outras pessoas, não importa se tem que matar um amigo, isso não é amigo, isso não é coisa de pessoas que têm uma linha reta - afirmou.