Pouco depois da confirmação da reeleição de Joseph Blatter à presidência da Fifa, o ex-jogador Luís Figo, que desistiu de candidatura dias antes do pleito, manifestou-se. O português lembrou dos escândalos da última semana, e insinuou que o suíço ou está envolvido nas polêmicas, ou não tem capacidade para ficar no principal cargo do futebol mundial.
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Em um comunicado publicado em sua conta oficial no Facebook, em três idiomas diferentes, o eterno craque de Barcelona, Real Madrid e Internazionale, disse ainda que se Blatter se preocupa com futebol, deverá apresentar sua renúncia nos próximos dias. Leia abaixo a nota, publicada por Figo, na íntegra:
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"Esta votação serviu apenas para endossar a eleição de um homem que não pode manter-se à frente do futebol mundial. Ao contrário do que Sr. Blatter disse, os acontecimentos da quarta-feira passada não mancham o futebol, mancham a Fifa e os responsáveis que conduziram a organização até aqui. O futebol não tem culpa de que os dirigentes do organismo máximo que o devia regular não tenham integridade, nem caráter.
Não se pode liderar a Fifa ignorando as mais elementares regras de transparência, legalidade e democracia. Elas não estavam reunidas, como denunciei e se verificou.
Ou Sr. Blatter sabia e foi conivente com os atos de corrupção e tráfico de influências, ou, se não sabia - como ele diz -, é porque não tem capacidade para liderar a Fifa. Não há outra forma de ver o problema.
Perante tantas evidências, o fato de o principal responsável por a Fifa ter chegado a este ponto ter sido reeleito diz bem de como a organização está doente.
Hoje foi outro dia negro em Zurique. Perdeu a Fifa, mas acima de tudo perdeu o futebol e todos aqueles que verdadeiramente se preocupam com ele.
Lamentável e cínica a reação de Sr. Blatter quando diz que não pode controlar a todos. Ofende a inteligência de todos nós. Foram essas pessoas que ele promoveu durante anos e que juntamente com ele, fizeram da Fifa o que ela é hoje, um organismo decadente.
Se Sr. Blatter se preocupasse minimamente com o futebol, teria desistido de se apresentar à reeleição. Se tiver um mínimo de decência, terá de renunciar nos próximos dias.
Não me arrependo de nada. Lutei, persisti, empenhei-me pela regeneração de uma organização que tem de mudar de rumo. Vivemos uma situação de emergência e o futebol é o principal prejudicado pela atual situação.
O que fiz foi denunciar o que vivi diretamente. Voltaria a fazê-lo e permaneço disponível para ajudar a Fifa a reerguer-se de tudo isto."
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*LANCEPRESS