Apesar das detenções e acusações por parte da justiça americana de dirigentes do futebol, o 65º Congresso da Fifa abriu sua sessão desta sexta-feira com um discurso de Joseph Blatter, atual presidente da entidade, que busca reeleição contra o príncipe jordaniano Ali Bin Hussein.
Porém, o evento está longe da normalidade. Pouco depois do discurso do suíço, o congresso foi interrompido por duas manifestantes pró-palestinas que pediam a suspensão da Federação Israelense de Futebol e que foram rapidamente expulsas da sala. Outro incidente ocorreu durante o intervalo para o almoço: um alerta de bomba.
- Avaliamos os riscos e decidimos com as autoridades locais rastrear a sala do Congresso durante a pausa para comer. Nada foi encontrado e o Congresso pôde prosseguir - disse o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.
Blatter não se esquivou de falar sobre a crise que a organização vive nos últimos dias pelas detenções de seus membros por supostos casos de corrupção.
- Os acontecimentos desta semana desenharam uma sombra. Vamos tentar apagar esta sombra, não podemos admitir que a reputação da Fifa seja arrastada para a lama. Vamos cerrar fileiras para ir adiante - declarou Blatter, de 79 anos, presidente desde 1998.
Blatter deixou entender que o escândalo ocorreu por conta de uma frustração da Inglaterra e dos Estados Unidos, que perderam a disputa para sediar as Copas do Mundo de 2018 e 2022, vencidas por Rússia e Catar, respectivamente.
- Se no dia 2 de dezembro de 2010 outros dois países tivessem sido designados organizadores dos Mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar), acredito que não estaríamos assim - disparou.
O Catar, por sua vez, garantiu ter "respeitado os mais altos padrões éticos" para obter a sede do Mundial. De Londres, o primeiro-ministro britânico David Cameron disse que Blatter "precisa deixar o cargo".
A coletiva de imprensa prevista após o encerramento do Congresso da Federação Internacional de Futebol (Fifa), que estava marcada para esta sexta-feira com o presidente já eleito, foi adiada para sábado em Zurique, anunciou a organização mundial do futebol.
- Levando-se em conta a longa agenda do dia (sexta-feira) e o fato de no sábado ser realizada uma reunião do Comitê Executivo, a coletiva de imprensa posterior ao Congresso será realizada às 11h30 (6h30 de Brasília) na sede da Fifa e não haverá uma coletiva de imprensa hoje (sexta-feira) - informou o comunicado.
Na quinta-feira, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, voltou da Suíça para o Brasil, deixando delegados para representá-lo. A reunião de sábado do Comitê Executivo pode a perda de um lugar da Conmebol na Copa do Mundo. De acordo com o jornal uruguaio El Observador, a entidade sul-americana ficará desfalcada em um voto. Como Eugenio Figueredo foi preso e banido da Fifa temporariamente, o presidente da Conmebol Juan Ángel Napout ficará com a vaga. Mas como Del Nero não recebeu punição e deixou a Suíça por contra própria, o posto simplesmente ficará vago na reunião. O outro representante da América do Sul é o colombiano Luis Bedoya.
As consequências da operação contra a Fifa que prendeu Marin:
*ZHESPORTES e AFP