Marca registrada da fracassada Seleção de 2014, a "ousadia e a alegria" dão lugar a coragem e ao espírito vencedor na mão de Dunga. Ainda há muito trabalho pela frente no árduo projeto de recuperar a imagem do futebol brasileiro. Não se apaga a tatuagem deixada pela Alemanha.
Os 7 a 1 são lembrados pela imprensa europeia como se a Copa do Mundo estivesse acabado há dois dias. Na imprensa local, a lembrança é constante do vergonhoso desempenho da tarde do dia 8 de julho de 2014, no Mineirão. No último tour brasileiro por Paris e Londres, o placar vexatório estava presente em todas as matérias feitas por jornais franceses e ingleses projetando os jogos do Brasil, sejam elas em formato de notas ou manchetes escancaradas.
É algo que o mundo não esquece, nem faz questão de esquecer. Por isso, o desafio que está diante dessa geração é imenso. A amostragem até aqui não serve para nos empolgarmos a ponto de bradarmos que o futebol brasileiro voltou. Mas mostra que não restou nenhum resquício, na Seleção atual, da apatia e covardia que marcou aquele time de 2014.
Não falta ao Brasil do Dunga coragem e agressividade. Esqueçam futebol arte, isso faz parte de um tempo remoto no futebol brasileiro - que não voltará mais. Não sob o comando de Dunga. Nesse novo Brasil, está claro: o que importa é resultado. E eles estão surgindo: oito vitórias em oito jogos. Foram amistosos, é verdade. Entretanto, pior que vencer amistoso é perder amistoso.
Hoje, a Seleção tem uma base, concordem com ela ou não. Há uma defesa, um meio e um ataque bem definidos dentro das convicções do treinador. Certo ou errado são convicções e, por si só, merecem respeito. Afinal, há oito meses, nem isso havia.
O primeiro grande teste para esse novo Brasil será a Copa América. Depois, iniciam-se as Eliminatórias para a Copa de 2018. A partir destas duas competições, então, a cobrança se intensificará. Para diminuí-las, Dunga deverá manter suas convicções. E os resultados.