As cercanias do Allianz Parque se transformaram em zona de guerra cerca de uma hora antes da bola rolar para Palmeiras e Corinthians, após um confronto entre a Polícia Militar e integrantes de torcidas organizadas do Verdão neste domingo. A Rua Turiassu, onde está localizada uma das entradas do estádio, ficou destruída.
Segundo a PM, o confronto teve início porque os palmeirenses tentaram entrar na área reservada aos corintianos e, por isso, oficiais precisaram intervir. Os torcedores, porém, negam a versão e dizem que a PM passou a atacar deliberadamente.
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Durante o confronto foram disparadas uma série de bombas de efeito moral e tiros de borracha para tentar dispersar a multidão. O gás lacrimogêneo de duas bombas chegaram à ala reservada à imprensa e os presentes tiveram dificuldade para respirar. Os vândalos, por sua vez, atiraram pedaços de pau, garrafas e latas de cerveja na PM.
Em minoria, os policiais ficaram acuados, mas conseguiram reforço. O momento mais dramático aconteceu quando o caminhão do Batalhão de Choque foi acionado e invadiu a rua Caraíbas para dispersar os milhares de palmeirenses, que chegaram a tentar usar uma tenda de pano para se protegerem.
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Era possível ver o pânico no rosto das pessoas que queriam ir ao jogo apenas para torcer. Diversos pais carregavam seus filhos chorando no colo tentando fugir da confusão; outros simplesmente desistiram de ir ao estádio. Mulheres, crianças e outras pessoas tentavam se refugiar nos muitos bares da região e foram impedidos de sair. A segurança do clube tentou evitar que os jornalistas acompanhassem o conflito na área de imprensa. Na praça de guerra, alguns fotógrafos quase foram agredidos com pedaços de pau e até mesmo cadeiras.
A confusão só terminou cerca de 20 minutos depois, com um cenário de destruição por todos os lados e escombros, que foram utilizados como armas. Muitos torcedores entraram correndo no estádio com medo de novos focos de violência.
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Os torcedores do Corinthians chegaram a pé e foram escoltados pela PM por quase cinco quilômetros, da quadra da Gaviões da Fiel até a entrada no estádio. Apesar de alguns momentos de tensão quando o grupo teve contato visual com alguns palmeirenses, nenhum conflito mais grave foi registrado pela polícia no trajeto. A área reservada aos alvinegros foi cercada por placas de metal para evitar contato visual com os rivais.
Curiosamente, alguns corintianos acabaram se desentendendo entre si já dentro do estádio e chegaram a trocar socos, mas foram rapidamente contidos por outros torcedores e por policiais militares. Além do entrevero, outras queixas menores foram registradas, como palmeirenses nos camarotes jogando água nos corintianos.