Dois sonhos mexem com a imaginação de garotos e até homens adultos: ser jogador de futebol ou piloto de corrida. Para um catarinense, a segunda fantasia se tornou realidade e agora ele está prestes a disputar o Rally Dakar 2014, uma das mais tradicionais e perigosas provas de automobilismo do mundo.
O empresário lageano Gustavo Gugelmin, 31 anos, iniciou a carreira aos oito, quando começou a correr no kart. Aos 15, tentou ingressar na categoria Fórmula, mas a alta estatura o impediu de se acomodar no cockpit e ele migrou para as provas de rali de regularidade e velocidade. Por ser ainda menor de idade, no entanto, atuou apenas como navegador, o responsável pela condução do piloto.
Gugelmin se destacou nas pistas de terra e chão batido e, aos 29, começou a pilotar. Em 2011, conquistou a Mitsubishi Cup na categoria TR4.
Um ano depois, foi convidado para ser navegador do paulista Reinaldo Varela no Mundial de Rali e também foi campeão. A experiência aliada ao conhecimento do sistema de navegação do Mundial fez Gugelmin ser convidado a ser o companheiro de Varela no Dakar, de 5 a 18 de janeiro, pela equipe Mitsubishi Petrobrás.
O navegador será o único catarinense no rali, depois que o piloto Ike Klaumann, de Rio Negrinho, desistiu para se recuperar de lesões após uma prova em novembro.
Além do Mundial de 2012, o lageano se preparou nas areias de Dubai e nas pedras do Catar. No Brasil, as dunas dos Lençóis Maranhenses também foram palco de treinos, para aprimorar técnicas para desatolar o carro.
Para Gugelmin, as dunas são os piores obstáculos do rali. A competição ocorrerá na Bolívia, Argentina e Chile, onde o comboio precisa superar gigantescas dunas com dois quilômetros de altura.
- A areia que encontraremos no rali é tão fina que parece um talco - disse.
Outro fantasma que rondará a dupla será o calor de até 50 graus Celsius e o risco constante de desidratação, uma vez que ficarão até 10 horas no carro, e podem perder até três quilos em um único dia.
- Estou preparado psicologicamente e fisicamente. Em uma prova dessa você bebe até cinco litros de água por dia. O sono é imprevisível e, na melhor das hipóteses, conseguirei dormir por seis horas - afirmou Gugelmin, que em fevereiro disputa uma prova na neve da Rússia.
Rali
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