A saída de Adriano fortalece ainda mais o comando de Tite no Corinthians. Mesmo diante de um dos mais graves momentos extracampo desde que voltou ao clube, em outubro de 2010, o treinador soube conduzir a situação sem deixar sequelas. Ou melhor, deixou. Mas positivas em relação ao ambiente do CT Joaquim Grava.
A começar pela decisão de retirá-lo da partida contra o Guarani e da viagem à Cidade do México. Ao ser comunicado pela diretoria da negativa do jogador de fazer a pesagem de rotina, o comandante não teve dúvida em definir pelo afastamento. Tal decisão foi mais uma prova ao grupo de jogadores de que o tratamento será igual, de que todos têm obrigações a cumprir e, principalmente, que a hierarquia tem de ser respeitada.
Na sequência, veio o aval para a rescisão contratual. Durante o final de semana, em contato com os dirigentes corintianos, o treinador deixou aflorar seu lado sentimental e demonstrou chateação pelo insucesso da recuperação do atacante. Mas também deixou claro aos responsáveis pelo departamento de futebol profissional de que sua esperança havia chegado ao fim.
- Não vejo isso como um exemplo, até porque todos (jogadores) sabem como são as coisas aqui dentro, já sabem como é nosso jeito de trabalhar - afirmou Duílio Monteiro Alves, diretor-adjunto de futebol.
Vale lembrar que a chateação de Tite e dos diretores não era apenas pelo fato de o jogador se negar a subir na balança. A falta de dedicação nos treinos após a partida contra o Santos, na qual foi titular da equipe, também pesou. Isso sem falar nas declarações concedidas à TV Globo, que colocaram em xeque os departamentos físico, médico e de fisioterapia. O Imperador chegou a dizer que, mesmo após tantos meses de tratamento, ainda sentia dores no tendão-de-aquiles da perna esquerda.
O episódio com Emerson, na verdade, foi apenas mais um exemplo dessa postura firme de Tite com problemas fora das quatro linhas. Desde que voltou ao Parque São Jorge, em outubro de 2010, o treinador já demonstrou diversas vezes não aceitar que fatores extracampo sejam os causadores de resultados ruins.
Na prática, essa foi a segunda vez que Tite sai fortalecido de uma situação complicada. Ao ser bancado pela diretoria após a eliminação para o Tolima (COL), em fevereiro do ano passado, a diretoria deixou claro aos jogadores que o treinador não era culpado por um dos piores vexames da história do clube.
Com moral
Saída de Adriano fortalece comando de Tite no Corinthians
Treinador foi fundamental para a rescisão contratual do atacante com o clube
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