A Chapecoense corre o risco de perder os pontos da vitória sobre o Lanús, por 2 a 1, na Argentina. Isso porque o zagueiro Luiz Otávio, que inclusive foi autor do gol do triunfo, conforme comunicado da Confederação Sul-Americana de Futebol, não poderia estar em campo. O Verdão alega não ter sido notificado e que foi apenas comunicado informalmente pelo delegado da partida, dois minutos antes do jogo, com o defensor pronto para entrar em ação. Em meio à indecisão, o presidente Plínio David de Nês manteve a escalação do atleta.
– Estou muito convicto com de que a nossa decisão estava dentro do regulamento, pois não houve aviso oficial - afirmou, logo após a partida.
Porém, as duas entidades que ligam a Chapecoense à Conmebol, a CBF e a FCF, sustentam o contrário. De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol e a Federação Catarinense de Futebol, o comunicado foi repassado à Chape no dia 10 deste mês - mesmo dia do segundo jogo da Recopa Sul-Americana, ante o Atlético Nacional, em Medellín.
O e-mail constando o informe partiu da Conmebol para a CBF. A confederação nacional o encaminhou para o clube e também à federação do estado.
– A CBF foi comunicada sobre a situação do jogador e, em atitude protocolar, encaminhou as informações à Federação Catarinense de Futebol (FCF), no dia 10 de maio - informou a assessoria de imprensa da CBF.
Fábio Nogueira, diretor de competições da Federação Catarinense de Futebol, afirmou também ter recebimento o e-mail - o mesmo endereçado à Chapecoense. A praxe de Nogueira é encaminhar a mensagem para o clube, ainda que tenha ciência que já tenha sido enviado pela CBF. O que fez no mesmo dia.
O documento enviado pela internet estava a determinação da pena imposta pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol a Luiz Otávio. O zagueiro havia sido suspenso por três jogos pela expulsão diante do Nacional do Uruguai, no dia 27 de abril. Rossi também foi expulso mas pegou apenas um jogo de gancho
Por sinal, na mesma data do e-mail com as punições, os dois atletas não entraram em campo ante o Atlético Nacional, para que cumprissem as respectivas suspensões automáticas. O vice-presidente jurídico da Chapecoense, Luiz Antônio Palaoro, endossa as palavras do presidente. Ele sustenta que qualquer documento foram recebidos pelo clube nem no dia 10, nem depois, até mesmo a segunda mensagem, encaminhada pela FCF.
– Nós tínhamos encaminhado a defesa dos jogadores no dia 5 de maio e depois não recebemos mais nenhuma informação. Por e-mail não conseguimos identificar nada. Vamos checar se é verdade a informação, pois o que sabemos até agora é que houve apenas um comunicado informal, dois minutos antes do jogo contra o Lanús – afirmou Palaoro.
O vice jurídico ainda pretende se reunir com o restante da diretoria, que deve voltar para Chapecó, depois da partida, ainda na noite desta quinta, e aguarda por comunicado da Conmebol. Ele afirmou que, caso ocorra alguma notificação, fará a defesa para que a Chapecoense mantenha os três pontos e que dão a possibilidade de classificação para a próxima fase, bastando vencer o Zúlia na próxima terça-feira, na Arena Condá.
A diretoria do Lanús informou que já encaminhou comunicado para que a Conmebol tire os pontos da Chapecoense.