Contratado pelo Atlético-MG na semana passada, o goleiro Lauro, de passagem pelo Inter entre 2008 e 2013, vive nova fase na carreira. Em entrevista ao Passaporte Gre-Nal, direto de Quito, onde o time mineiro encara o Independiente Del Valle, nesta quarta-feira, o jogador de 35 anos fala sobre a meteórica saída do Lajeadense, rebaixado no Gauchão, para uma equipe que disputa a Libertadores. Veja trechos da conversa.
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A que se deve a saída do Lajeadense e a ida ao Atlético-MG?
Foi por acreditar no meu trabalho e no meu potencial, que eu poderia jogar em alto nível. Ainda mais depois de sete, oito meses parado. A partir do momento que você joga em um grande clube, como atuei no Cruzeiro e no Inter, adquire uma grife. E se você está em forma e demonstra o que sabe, a oportunidade aparece. Foi o que aconteceu nesse caso. Em função das lesões dos goleiros, o Atlético optou por me contratar. Vários jogadores foram oferecidos e tive a felicidade de o meu nome ter sido aprovado.
Você acompanhou o trabalho de Diego Aguirre no Inter?
Sim, pude acompanhar. Pelo o que eu vi, as dificuldades de adaptação dos jogadores brasileiros para um esquema novo, nova metodologia de trabalho, acabaram atrapalhando a sequência do Aguirre no Inter. Penso que aqui no Atlético, pelo que percebi, estão todos satisfeitos com o estilo de trabalho dele.
Ele conseguirá quebrar o "estigma" que o técnico estrangeiro carrega no Brasil?
Penso que sim. Se conseguir um título importante como a Libertadores, seria mais fácil. O Brasil hoje tem de se espelhar em algo moderno. Poucos treinadores conseguem implementar isso em seus clubes. Hoje, os casos mais evidentes são o Tite e o Roger, que a gente vê times competitivos, fazendo com que se marque e ataque bem. Temos muito a aprender com este tipo de trabalho.
Como encarar a altitude de 2,8 mil metros de Quito?
Muda bastante, hoje a parte física é fundamental para uma partida. Você fica ofegante mais rápido, o tempo de raciocínio muda, o tempo da bola é diferente. Mas existe toda uma preparação, a equipe de fisiologistas é competente. Acho que não teremos problemas aqui em Quito. Em La Paz, na Bolívia, é muito pior.
E como é a experiência de jogar com Robinho e Pratto?
É um time muito rápido e dinâmico, isso é um diferencial em uma Libertadores. Pela pouca convivência com o Robinho, é um cara espetacular, que anima qualquer grupo. É uma pessoa do bem, que dispensa comentários pela qualidade. O tempo de raciocínio dele é totalmente diferente, está em um nível muito acima dos demais. Por isso, jogou em grandes clubes no futebol mundial.
Qual teu sentimento pelo rebaixamento do Lajeadense no Gauchão?
Quando fui convidado para fazer parte do grupo do Lajeadense, foi comentado as dificuldades que existiriam. Principalmente pela parte financeira para montar uma nova estrutura, já que alguns jogadores que formavam a base do time tinham se lesionado. O Gauchão é uma competição difícil, infelizmente não conseguimos encaixar um time que fosse competitivo. Fica de lição, a tristeza foi grande. No domingo, viajando aqui para o Equador, me doeu bastante. Infelizmente, a equipe não conseguiu seu objetivo. É muito triste.
*ZHESPORTES
Entrevista
Passaporte Gre-Nal: Lauro fala sobre o Atlético-MG e saída do Lajeadense
Adriano de Carvalho
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