
Os cinco jogos seguidos em Porto Alegre deixaram gosto de quero mais no Inter. A derrota para o Palmeiras, pelo Brasileirão, e o empate contra o Nacional-URU, pela Libertadores, impediram a sequência que teria dado fôlego nas duas competições.
E transformaram o maio em um mês decisivo, agora largando com quatro partidas consecutivas longe do Estado que determinarão o futuro na copa continental. Há lições a serem aprendidas desse período.
Começando pelo que deu certo. Em todos os jogos, o Inter batalhou até o final. Foi graças a isso que o time não perdeu para o Nacional e venceu o Maracanã-CE, pela Copa do Brasil.
Contra os uruguaios, buscou um 3 a 0 contra no primeiro tempo, e diante dos cearenses, encontrou a vitória que permite empatar a partida de volta para chegar às oitavas de final. Não falta espírito, é um time determinado a buscar resultados, mesmo quando as situações são adversas.
— Os adversários estão vindo mais fechados, estudando mais o nosso time também. Isso acaba dificultando. O importante é, de alguma maneira, somar, como a gente fez hoje. Eu falo três pontos, mas ter essa vitória, ter essa vantagem no jogo da volta — analisou o goleiro Anthoni.
Jogadores em má fase
O time manteve o padrão, mesmo nas dificuldades. O Inter de Roger raramente se desorganiza. Inclusive na única derrota em jogos oficiais no ano, para o Palmeiras, fez um confronto de igual para igual.
Há dois pontos, também, que precisam melhorar. Um foi amplamente debatido. Roger nem mesmo mediu as palavras depois da vitória sobre o Maracanã:
— Me preocupa o volume que a gente teve, contra um time de hierarquia menor que a nossa, ter desperdiçado tantos gols. Wesley, que fez 13 gols ano passado, esse ano ainda não conseguiu balançar as redes. Vitinho fez cinco gols no Gauchão e Enner Valencia foi decisivo no Estadual, mas de lá para cá não têm conseguido repetir. O que me preocupa é o mau momento individual dos jogadores de ataque.
O time precisa de muitas chances para fazer gols. Contra o Maracanã, ok, é possível construir uma dezena de chances. Mas diante de Corinthians, Atlético Nacional-COL, Botafogo e Nacional-URU, os quatro próximos desafios, é preciso estar concentrado para evitar desperdícios. O que aparecer precisa ser colocado na rede.
E por fim há os maus começos. O Inter levou gols cedo contra Nacional e Juventude. Foi possível recuperar. Mas possivelmente diante de adversários mais fortes, tende a ser mais difícil.
Especialmente com o desgaste de jogos em meios e finais de semana. Ter de correr atrás cansa muito mais. O desafio é manter a concentração em todo o tempo. E não só depois de estar em desvantagem.