
Cinco minutos depois de Ramon Abatti Abel apitar o fim do clássico, o grupo todo do Inter passou pelo túnel gritando e comemorando. Sem deboche ou celebração antecipada. Mas sabendo que uma boa parte do caminho foi pavimentada. Os 90 minutos da Arena foram colorados. E só não foram maiores por detalhe. O 2 a 0 permite sonhar, quase tocar a taça do Gauchão após oito anos.
Diferentemente do Gre-Nal da primeira fase, o deste sábado, que abriu a decisão, encontrou um Inter mais concentrado na hora de finalizar. Nas duas primeiras chances, dois gols. Tudo muda quando o placar favorece.
— Fico ouvindo vozes, claro. Quando perde uma, duas oportunidades, já fico pensando coisas negativas. Agora, não. Volta a confiança. E não só do atleta, mas também do técnico, que confia nas decisões do grupo em campo — resumiu o técnico Roger Machado.
Esse foi um dos temas mais citados por ele na entrevista coletiva. Segundo o treinador, o que se viu na Arena ocorre com frequência no CT Parque Gigante:
— Nossos gols foram fruto da construção dos treinamentos. Acredito no trabalho, nessa repetição de conteúdo. Os atletas se permitem ser guiados pela comissão, e isso reforça a confiança no processo.
Essa confiança permitiu a Roger não apressar retornos. Wesley e Borré, por exemplo, só entraram no segundo tempo. O técnico confiou na permanência de Vitinho e Carbonero. O colombiano fez o primeiro gol. E aquele que reunia as melhores condições para retornar, Alan Patrick, marcou o segundo.
O craque do meio-campo
Alan Patrick, aliás, é um capítulo à parte. Ausente desde a lesão ligamentar sofrida contra o São Luiz, em Ijuí, em 12 de fevereiro, ele voltou no Gre-Nal. Mesmo parecendo estar descontado, tecnicamente, mais uma vez, foi a diferença entre os dois times.
— Quando me machuquei, fiquei fazendo conta de cabeça para voltar nas finais. Fiz um trabalho intensivo com os profissionais do clube e consegui me recuperar bem. Pude contribuir em campo com o gol e ajudando na vitória. É uma boa vantagem, mas não tem nada definido. Vamos descansar, e nos preparar. Tem o jogo da volta, precisamos ter humildade — resumiu o camisa 10.
O tom do Inter de agora até domingo, 16 de março, será esse. Na comissão técnica, nos jogadores e nos gabinetes. O vice de futebol, José Olavo Bisol, deu o norte:
— Vamos para nossa casa como jogo em 0 a 0 com muita coisa para acontecer. Nos remete a fazer o que temos feito: trabalho, seriedade, humildade para poder fazer grande jogo.
Roger terá a semana toda para preparar a equipe. O Grêmio tem viagem para São João del Rei, interior de Minas Gerais, para enfrentar o Athletic pela Copa do Brasil na quarta-feira (12). Serão longos dias para quem espera há tanto tempo. Até lá, os colorados ficam com as palavras do técnico:
— Penso que esse grupo está preparado para ser campeão.
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