
O Inter ganhou o Gauchão porque se preparou para isso. Os esforços do clube como um todo foram dirigidos para reconquistar o troféu, dos gabinetes aos gandulas. E deu certo, especialmente nos resultados, mesmo quando o desempenho não foi o esperado. Agora, o objetivo é transformar essa vitória em combustível para a sequência do ano.
Preparação em todos os setores do clube
Quando se diz que o Inter se preparou dos gabinetes aos gandulas não é só força de linguagem. Na prática houve movimentações nesse sentido. Na semana da primeira partida da decisão, o presidente Alessandro Barcellos reuniu os ex-presidentes do clube, os adversários políticos, desafetos conhecidos entre si, e pediu união colorada para vencer o Gauchão. A imagem foi um símbolo da necessidade de todos se juntarem em nome de um objetivo maior, comum.
No caso dos gandulas, ou mais especificamente, das gandulas que trabalharam no Gre-Nal, a participação foi intensa. Roger Machado ficou contrariado quando algumas bolas apareceram no gramado nos instantes finais, mas até a reposição pareceu bem organizada.
Comando de Roger Machado
Claro que nada disso adiantaria se o time não correspondesse. Mas o comando de Roger e a obediência dos atletas funcionaram. O Inter venceu nove dos 12 jogos que disputou, terminou a competição sem perder e teve melhor ataque e defesa menos vazada. O técnico dividiu os méritos com outras figuras importantes e vitoriosas, Paulo Paixão (preparador físico) e D'Alessandro (diretor esportivo):
— Paulo é uma figura lendária. Ele sabe o caminho das pedras. A minha experiência é muito grande, a de D’Alessandro também. Você trazer essas figuras para o vestiário dá segurança e nos aponta caminhos. Essas figuras foram muito importantes. Houve um casamento de perfis, que nos ajuda a frisar nas competições que temos pela frente.
Diferentemente de 2023, quando o time era inferior ao do Grêmio, de Suárez, mas não conseguiu nem sequer superar o Caxias na semifinal, ou 2024, quando teve a melhor campanha, mas caiu para o Juventude antes mesmo da decisão, a versão 2025 teve no trio Roger-Paixão-D'Ale o estofo suficiente para que os atletas jogassem mais distensionados. Essa diminuição na pressão é a arma para voos mais altos na temporada.
— É um título que a torcida queria muito, o título dá confiança para a disputa da Libertadores — declarou o presidente Alessandro Barcellos.
Necessidade de reforçar o elenco
Mas só a confiança e a tranquilidade podem não ser suficientes. Para o comentarista colorado Vaguinha, é preciso reforçar o grupo:
— Foram feitas três contratações de jogadores que estão chegando agora: Juninho, Romero e Diego Rosa, mas ainda acho que o Inter precisa de um lateral-direito e um volante para diminuir a diferença do Fernando em relação ao primeiro reserva.
A partir de agora, o Gauchão acabou. O desafio é vencer acima do Mampituba e estender para o Brasil e para a América a soberania no Gauchão.