O esteio do meio-campo colorado nasceu no ano em que mais houve Gre-Nal na história. Em 25 de julho de 1987, Fernando Reges nascia em Goiás. Na mesma época, Inter e Grêmio se encontravam em média uma vez a cada 36 dias, fruto da fórmula do Gauchão. Passados quase 38 anos, o volante, que só conheceu o clássico gaúcho no ano passado, é a referência do time, com elogios de todos. E, até agora, invicto.
Foram dois jogos contra o Grêmio, ambos pelo Brasileirão do ano passado. Fernando foi zagueiro no 1 a 0 em Curitiba. E entrou no segundo tempo no clássico do Beira-Rio, também 1 a 0 para o Inter. No segundo, o volante fez um sacrifício tão grande que acabou lhe custando boa parte do final da temporada.
No fim, valeu a pena. Fernando substituiu Rômulo e participou da ação que virou gol de Borré. A partir de sua entrada em campo, o Inter tomou conta da partida, se impôs e chegou à vitória. Naquele clássico, entrou a seu lado Luis Otávio, nascido 20 anos depois, e que virou seu pupilo, por orientação de Roger Machado.
— Tudo o que o Fernando disser, você diz: "Sim, senhor". Ele tem 20 anos fazendo essa função em alto nível, vai ensinar tudo o que precisa" — disse Roger, em entrevista coletiva.
Fernando tem, mesmo, ascensão no grupo colorado. É um dos líderes dos jogadores, um dos herdeiros da faixa quando Alan Patrick não está.
Com base no exemplo, mostra aos companheiros, especialmente aos mais jovens, como fez para chegar até aqui em um nível tão alto. Os treinos além do CT, a alimentação, a observação de partidas e os estudos fazem parte da rotina.
Foi assim que entendeu rápido a importância dos clássicos. Em dois Gre-Nais, tem duas vitórias. Mas disputou dérbis também em Portugal, Espanha, Inglaterra e Turquia. Está com saldo positivo.
Por mais que tenha sido vitorioso por Porto, Sevilla e Manchester City, foi no Galatasaray que viveu seu maior momento nos jogos especiais. Na rivalidade com o Besiktas, alcançou a glória no confronto de 5 de maio de 2019. Válido pela 31ª rodada, o duelo local de Istambul foi vencido por seu time por 2 a 0. Fernando deu o passe do primeiro e fez ele mesmo o segundo gol. O resultado encaminhou o título turco daquela temporada (ainda que tenha dado tempo de existir outro momento mágico, uma virada de 2 a 1 com dois gols nos acréscimos).
No Sevilla, ostenta números invejáveis. Jogou cinco vezes contra o Real Betis. Ganhou todas.
Conhecendo Porto Alegre, Sevilha e Istambul, tem autoridade para falar dos maiores clássicos do mundo. Isso dito pela revista inglesa Four Four Two, que tem nessas cidades a quarta, a 11ª e a 19ª maiores rivalidades do futebol.
— Quando cheguei aqui, o pessoal já veio me falar que era um jogo à parte. Sabemos que o Gre-Nal te dá muito e te tira muito. Se vai bem, o pessoal vai falar muito bem, se vai mal, pode ser crucificado. Nesse jogo tem de estar muito bem, estar 200% concentrado, colocar uma coisinha a mais. É um clássico muito importante para o torcedor — disse Fernando em entrevista recente a ZH.
Sábado vem mais um por aí. Precisará estar 200% concentrado para manter os 100% de aproveitamento.
Clássicos de Fernando
Porto x Benfica
- 17 jogos
- 7 vitórias
- 5 empates
- 5 derrotas
Sevilla x Betis
- 5 jogos
- 5 vitórias
Manchester City x Manchester United
- 5 jogos
- 2 vitórias
- 1 empate
- 2 derrotas
Galatasaray x Fenerbahçe
- 3 jogos
- 3 empates
Galatasaray x Besiktas
- 4 jogos
- 2 vitórias
- 2 derrotas
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