O futebol é um fascínio para Roberto Melo, 56 anos. Primeiro com o amor construído pelo Inter e depois com o desenvolvimento desta paixão, seja espalhando-a para a filha e os netos, ou se especializando no esporte, com cursos de gestão na Universidade do Futebol e Fundação Getúlio Vargas, análise de desempenho e visitas a centros de treinamento de principais clubes do mundo em viagens para a Europa. Agora, acumulando experiências das categorias de base do Colorado e direção de futebol, ele busca ser presidente do clube nos próximos três anos.
No entanto, poucos sabem que antes de se tornar um dos postulantes ao cargo máximo do time do coração, ele começou a construir sua trajetória profissional desde cedo e em um ambiente completamente diferente do futebol. Filho de uma família humilde, com origem em Santiago-RS, Melo cresceu em Canoas e começou a trabalhar desde cedo, aos 13 anos, como empacotador de supermercado e também como office-boy.
O amadurecimento tornou-se obrigatório quando se tornou pai de Camila, aos 18 anos, com quem também desenvolveu uma relação de amizade e parceria.
— Temos pouca diferença de idade, e isso faz a gente ser muito amigo, parceiro de tudo. Sempre fomos aos estádios. No Beira-Rio ou em viagens, como para Montevidéu e Rio de Janeiro, para ver o Inter jogar fora de casa. Apesar de ser sério nas entrevistas, é muito extrovertido e brinca nas nossas conversas. A minha lembrança mais legal é de termos ficado em uma fila gigantesca para conseguir entrar na social, na final da Libertadores de 2006, quando fomos campeões. Demorou muito, mas valeu a pena — revela a filha Camila Melo.
Conciliando com a paternidade, Roberto Melo formou-se em Direito pela UFRGS e em Economia pela Ulbra. Atualmente, é auditor fiscal da Receita Federal, em Porto Alegre, mas também viveu por dois anos em Rio Grande. Antes, teve experiência de trabalho no Poder Judiciário. No Inter, chegou ao departamento de futebol através de Alexandre Chaves Barcelos, Giovanni Luigi e Marcelo Medeiros. Também construiu um forte laço de amizade com Fernando Carvalho, um dos dirigentes mais importantes do clube.
— Ele é uma pessoa muito séria no cumprimento de tarefas e combinações. De fácil convivência, embora tenha opiniões fortes, e que ouve as pessoas a seu redor para decisões difíceis e espinhosas. Solidário, sempre disposto a ajudar quem necessita, de contato social afável e alegre — afirma Carvalho.
Além de sua atividade profissional, que lhe ajudou a construir o conhecimento que entende ser suficiente para ser presidente do Inter, Melo também dedica parte de sua atenção na missão de ser avô dos gêmeos Vitor e Helena, de sete anos, filhos de Camila. Acompanhado deles que ele assiste aos jogos no Beira-Rio e transmite a paixão pelo Inter.
— É um ótimo pai e se superou como avô. Até nos anos em que ele foi como dirigente, saía do aeroporto para ficar com as crianças. Nem que fosse uns 15 minutos, ele fez questão de estar com eles. E agora leva os pequenos nos jogos — destacou Camila.