O Gre-Nal é responsável por alterações e mistérios nas escalações dos dois times. Ou, no mínimo por debates a poucos dias do clássico. Se fosse qualquer outro adversário — talvez até os mesmo jogadores, mas com camisa diferente —, possivelmente nem haveria dúvida. Mas às vésperas do confronto, a formação do Inter conta com uma interrogação no meio-campo. Dá para escalar Johnny, De Pena, Mauricio e Alan Patrick? Ou a partida da Arena exige um reforço de marcação no setor?
Há dois pontos para analisar essa questão do lado colorado. O primeiro é o desempenho em si. As melhores partidas dos comandados de Mano Menezes têm sido com a formação de um volante, um meia recuado, um armador e um meia-atacante. Quase sempre com Johnny, De Pena, Alan Patrick e Mauricio. Foram eles os titulares contra São Luiz e Ypiranga, por exemplo. Quando mexeu nessa estrutura, seja para colocar mais um homem de marcação ou para tirar um meia e optar por dois pontas agudos, o Inter passou trabalho para manter a invencibilidade.
O segundo ponto é o adversário. Até agora, não enfrentou oponentes do porte do Grêmio. Quando errou, conseguiu buscar os resultados. No Gre-Nal, isso pode ser fatal. E por aí passa também a escalação.
A formação que deu melhor resultado até agora não conta com um volante-volante. Nem mesmo Johnny, que está há apenas duas temporadas adaptado ao setor. Era meia-atacante nas categorias de base. Por isso, especula-se que Baralhas poderia aparecer na formação titular. Tanto como parceiro do brasileiro naturalizado norte-americano quanto como seu substituto.
— Não precisa mexer no desenho. É o que tem dado certo, funciona assim. O que Mano poderia fazer é colocar Baralhas. Ele me parece um jogador mais "ligado", mais pronto para um jogo como o Gre-Nal, pela questão da marcação — opina Vini Moura, uma das vozes coloradas do Grupo RBS.
O ex-volante e líbero Sangaletti conhece essa rivalidade. Estava em campo quando o Inter começou a dar a volta por cima e dominar o Estado no início do século. Uma espécie de treinador dentro de campo, ele admite a importância do Gre-Nal, mas não vê no clássico uma razão grande que mexa tanto assim no time:
— É super importante o treinador dar sequência naquilo que ele acredita, ou seja, manter o maior tempo a formação que vem dando certo. Assim, dá confiança para os atletas, isso é muito importante para que as coisas saiam ao natural. E hoje em dia o volante tem de ser versátil, precisa destruir, mas também ajudar na construção, que é mais difícil.
A definição será no sábado (4). Mano deverá manter o mistério e trabalhar cada hipótese nas partes fechadas do treino. E assim seguirá até uma hora antes do Gre-Nal. Porque até isso faz parte do clássico.