A noite fria e chuvosa dessa sexta-feira (24) foi de acerto de contas do Inter com sua torcida. Depois da decepcionante derrota de virada para o Botafogo, no último domingo, o Colorado fez uma atuação segura e venceu o Coritiba por 3 a 0, no Beira-Rio. Os gols marcados por Taison e Edenilson, no primeiro tempo, e Alemão, na etapa final, valeram para o time de Mano Menezes subir para o terceiro lugar na classificação do Campeonato Brasileiro.
Ainda será preciso esperar pelos resultados de Athletico-PR e Atlético-MG neste sábado (25) para saber se o clube gaúcho irá permanecer no G-4 ao final da 14ª rodada. Os paranaenses recebem o Bragantino, às 16h30min, enquanto os mineiros vão encarar o Fortaleza, também em seus domínios, a partir das 21h.
De qualquer forma, o reencontro com a vitória serve como motivação para o confronto de ida das oitavas de final da Sul-Americana diante do Colo-Colo, em Santiago, na terça-feira.
Quem também fez as pazes com a torcida foi Taison. Vaiado por alguns colorados no anúncio da escalação, o camisa 7 fez o gol que abriu o caminho para a vitória e desabafou na zona mista. O jogador expressou seu incômodo com a informação vazada de que ele havia comandado o protesto que resultou com a greve do elenco, no começo do mês.
— Me acusaram de ter feito algo que eu jamais faria na vida. A pessoa que postou magoou muito a mim e minha família, atingiu minha esposa, que está grávida, e minha mãe. O torcedor também me magoou, mas não tem culpa de acreditar em algo que foi mentira. Isso me chateou por um bom tempo, mas a verdade aparece e depois todos vão saber o que aconteceu. Foi uma reunião de todo mundo. Eram 35 jogadores no vestiário, todo mundo falou, e falaram que foi o Taison que fez tudo. Eu não vou pegar 35 jogadores e falar que não vamos treinar. Estou feliz por voltar a fazer gol e jogar, fazia tempo que não começava a jogar, mas sei do meu momento. Algumas pessoas brincam que eu trouxe o Alan Patrick e perdi a posição, mas ele vai ajudar muito. Estou feliz — afirmou Taison.
Sobre a recuperação coletiva, Mano Menezes ressaltou a confiança no trabalho feito. Ele disse que o fato de o time ter jogado bem com desfalques mostra que o Inter construiu uma base de time.
— Eu acredito muito em trabalho e quem acredita em trabalho depois de perder volta para casa, vê onde errou e o trabalho sustenta a sequência. Foi o que fizemos. O time já tem uma estrutura e procuro manter isso mesmo invertendo o lado do jogador mais agudo porque entendo que o Pedro (Henrique) funciona mais pela direita e tinha a preocupação de ter o Edenilson encaixando o volante deles. Fizemos isso e tivemos um bom jogo, mesmo com muitos jogadores fora. Não queremos ter tantos fora ao mesmo tempo, mas quando os que entram respondem é porque nossa maneira de jogar está bem clara — seguiu.
Depois da boa atuação de Pedro Henrique, Mano foi questionado sobre a possibilidade de PH atuar junto com Wanderson. Ainda que o tempo estimado de parada do camisa 11 seja de quatro semanas, o treinador praticamente afastou a ideia de ter os dois extremas juntos desde o início das partidas.
— Sempre falo que jogar futebol dá para fazer de diversas maneiras, desde que funcione. Se colocarmos dois jogadores de velocidade e mais um centroavante, ficaremos com uma linha de três quase sempre à frente das jogadas e, provavelmente, perderemos o meio-campo. Não adianta equilibrar lá na frente se a bola não chegar. Um dos nossos méritos tem sido fazer a bola chegar lá na frente — definiu.
As atenções do Inter agora voltam para a Sul-Americana. Suspensos no Brasileirão, David, Mercado e Moisés voltam a ficar à disposição para o confronto com o Colo-Colo, na terça-feira (28), assim como Renê, recuperado de lesão. Bustos deixou o jogo contra o Coritiba ainda no primeiro tempo com desconforto muscular e será reavaliado.
Questionado sobre a escalação para a partida no Chile, Mano despistou, mas falou sobre sua estratégia, deixando claro que vai levar em conta que a volta do confronto será no Beira-Rio.
— (Colo-Colo) Será um adversário muito duro e devemos estar preparados. Mata-mata são dois jogos e precisamos passar pelo adversário. Você precisa ter estratégia, escolhas corretas. O jogo lá (no Chile) sempre é muito disputado, com um ambiente mais hostil e é preciso saber se comportar nesse estilo de jogo. A equipe precisa ser forte para trazer uma condição para casa. A formação vai obedecer o que acharmos necessário para trazer o segundo jogo e brigar pela vaga — concluiu.