
Se a intenção do Inter era usar o jogo contra o Atlético-GO como uma espécie de ensaio para encarar o Boca Juniors, é melhor esquecer o que foi feito no último sábado (28). Além de uma atuação apática, com direito a pênalti perdido por Thiago Galhardo e expulsão de Rodrigo Moledo, o Colorado não saiu do 0 a 0 com a mesma equipe que, no mês passado, havia sido tranquilamente despachada pelos reservas na Copa do Brasil. Para piorar, completou seis rodadas sem vencer no Brasileirão.
— Por óbvio, não estamos gostando das atuações. Temos de fazer essa crítica interna. Infelizmente, o Abel (Braga) não está podendo conviver conosco por ter dado positivo para covid-19, o que também é um prejuízo. Mas temos um grande jogo na quarta-feira e esperamos contar com nosso treinador. Nossa sequência de jogos será muito pesada, e só dentro de campo é que iremos resolver isso — analisou o vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos.
Nesta semana, o técnico colorado voltará a ser submetido a exame para coronavírus. Caso seja negativado, poderá ficar à beira do campo diante dos argentinos, no Beira-Rio, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Resta saber se, independentemente de sua presença ou não, a comissão técnica irá repetir a formação testada em Goiânia.
Na terceira variação feita desde a saída de Eduardo Coudet, o Inter jogou com o meio-campo em formato de losango, tendo Rodrigo Lindoso posicionado à frente da área, Johnny e Patrick fazendo os lados, enquanto D'Alessandro apareceu centralizado, atrás dos dois atacantes. Contudo, o auxiliar Leomir de Souza, que avaliou a apresentação como "de razoável para boa", negou qualquer alteração tática.
— Estamos tentando conversar no dia a dia com os jogadores. Não foi mudada a estrutura. Apenas no segundo jogo, contra o Santos. Estamos tentando manter a maneira que a outra comissão técnica trabalhava. Realmente, os resultados não estão sendo bons, mas trabalho não está faltando — declarou o comandante interino.
A verdade é que, com trocas ou não, o desempenho da equipe despencou, o que se reflete também na tabela de classificação do Brasileirão. De líder, o Inter caiu para quarto lugar e, nesta segunda-feira, poderá ser superado ainda pelo Fluminense, que recebe o Bragantino no Maracanã.
— A gente está respeitando o trabalho do Abel, vem acatando as ideias dele, e temos de nos adaptar o mais rápido possível. Esperamos agora que os resultados possam aparecer — comentou o lateral-direito Heitor.
Quem volta
Além da confiança de que a vitória irá reaparecer diante do Boca Juniors, os colorados também anseiam por outros retornos. Dependem da atualização do boletim médico as utilizações de Rodrigo Dourado e Edenilson. O primeiro foi preservado da viagem para se recuperar de uma pancada no joelho direito, sofrida contra o Fluminense. O segundo apresentou sintomas gripais e aguarda o resultado do exame para covid-19.
Uma ausência, contudo, é certa: Víctor Cuesta. Com o argentino de fora, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, a dupla de zaga será formada por Zé Gabriel e Rodrigo Moledo.
— Temos de nos mobilizar, estudar bastante o adversário, procurar treinar forte e nos dedicarmos ao máximo. O jogo, com certeza, será muito mais difícil do que hoje (sábado). Já tínhamos trabalhado forte para quarta passada, quando o jogo foi transferido. Os jogadores estavam bastante concentrados. Então, agora é esquecer o Campeonato Brasileiro e pensar no Boca — sentenciou Leomir.