Nos últimos três meses, o Inter perdeu três atletas para o restante da temporada, todos vítimas da mesma lesão. O mais recente foi Boschilia, no treino de segunda-feira, antes dele, Guerrero e Saravia haviam sofrido uma ruptura dos ligamentos cruzados do joelho. Mas, apesar de ser um dado que chama a atenção, especialistas ouvidos pela reportagem garantem: são fatalidades.
Por fatalidades, querem dizer que não há muito o que se possa fazer para impedir esse tipo de lesão. Tanto que as três foram em situações diferentes. A de Guerrero, em um choque com um atleta do Fluminense; a de Saravia, sozinho, no gramado de Cali; a de Boschilia, em uma queda após disputar uma bola aérea com o goleiro Keiller.
Especialistas em ciências do esporte garantem que a maior parte das lesões ligamentares não se dão por causa de contato (trombada, choque) entre os jogadores, como ocorreu com Guerrero e com o zagueiro Van Dijk, do Liverpool. O mais comum é que seja em lances sozinhos (Saravia, Leonardo Gomes, do Grêmio, no ano passado, Ronaldo Nazário, entre outros).
— Não tem como evitar, são fatalidades. O alto número de jogos, a falta de descanso podem até interferir, mas não são causadores. Seria diferente se fosse muscular, que a gente vê aumentar os casos nessa maratona de calendário depois do retorno. Era algo previsto, até. O próprio Boschilia estava se recuperando de uma — aponta o fisioterapeuta Tulio Menezes, que trabalhou no Inter por uma década.
A literatura mais atualizada prevê um tempo de recuperação estimado entre nove e 12 meses, claro, de acordo com a evolução de cada atleta. O tratamento envolve cirurgia, recuperação e fisioterapia para fortalecer a região. Assim, a tendência é a de que Boschilia esteja novamente em campo a partir de julho de 2021.