Em entrevista ao programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (13), o presidente colorado Marcelo Medeiros comentou a volta do futebol em território estadual. Visando à retomada do Gauchão a partir da próxima semana, o Inter está autorizado pelo Governo do Estado a realizar treinos coletivos no CT Parque Gigante já nesta tarde.
— É importante que a gente se mantenha no nosso dia a dia, sem fazer aglomerações, atendendo ao pedido das autoridades públicas, mas é importante que um segmento importante da atividade produtiva, que faz parte da cultura do nosso Estado, possa começar a exercer sua atividade e preencher um espaço na vida dos gaúchos — comentou.
Medeiros fez um balanço das ações realizadas pelo clube ao longo destes quatro meses sem partidas, destacando que a ausência de verba de bilheteria e de premiações agravou a crise financeira. Porém, destacou o aumento do quadro social, além de vendas de atletas que não estavam sendo utilizados pelo técnico Eduardo Coudet.
— Foram uma série de variáveis que fizeram termos um fôlego financeiro. O Inter recebeu aquela verba da CBF, fez uma repactuação com instituições financeiras. Vendeu um atleta jovem (Erik), e parte da receita já entrou, deu saída a outro jogador que foi o Gustagol, e teve um ganho financeiro. Este é o dia a dia, enfrentando dificuldade do fluxo de caixa, mas jogando futebol as coisas tendem a melhorar — avaliou.
O mandatário colorado também comentou de que forma o departamento de futebol deve se comportar ao longo da temporada. Revelou que novas contratações podem ser feitas, desde que no mesmo formato da negociação que fez o volante Matheus Jussa ser anunciado recentemente.
— Nós trouxemos agora o Matheus, um jogador extremamente forte, que tem mostrado muita qualidade nos treinos técnicos que vem fazendo. Foi uma equação que o Inter não precisou fazer nenhum gasto neste momento. Em situações assim, o Inter pode trazer algum reforço até o final do ano. Mas, para que a gente possa ter equilíbrio financeiro, o Inter vai ter que vender, até porque orçamos um valor importante a título de vendas de atletas — ponderou.
Outra fonte de receita calculada por Medeiros diz respeito a Turner. Depois de uma longa discussão e ameaças de quebra de contrato por parte da empresa de comunicação, o dirigente espera que as partes cheguem a um acordo antes do início do Brasileirão, agendado para o dia 9 de agosto.
— A gente espera que sim. Temos uma situação diferente ao dos outros sete clubes da Série A, que têm contrato até 2024. O contrato do Inter termina esse ano. A gente está procurando uma conciliação, até porque os valores a serem pagos para o Inter, em razão do tempo de contrato em vigência, são menores. Nossa ida ao Palácio do Planalto tinha relação com esta situação, porque a Medida Provisória (MP) publicada pelo presidente daria a Turner a possibilidade de transmitir mais jogos do que os contratados. Mas esta situação está meio complicada, a gente tem lido algumas matérias de que a tendência é que, no Congresso Nacional, a MP perca vigência. Mas o importante é que o Inter está trabalhando para conciliar, para que os valores pactuados sejam pagos ainda este ano — explicou.
Fim de mandato
À frente da presidência do Inter desde 2017, Marcelo Medeiros foi reeleito e cumprirá em 2020 seu último ano de gestão. Contudo, conselheiros do clube passaram a debater internamente a possibilidade de que o mandato seja postergado por mais uma temporada. O dirigente adverte que acompanha esta discussão com distanciamento.
— No início da pandemia, por iniciativa pessoal, o Vítor Saydelles, que é um advogado trabalhista renomado e não é do meu movimento político, apresentou essa proposta, porque visualizava que era um ano com, no mínimo, um semestre perdido. Mas o pedido não foi aceito pela mesa do Conselho Deliberativo e ele não recorreu. Mas o Inter tem excelentes nomes para presidir o clube. Depois de conquistar uma vaga direta para a Libertadores, atravessar uma pandemia... Que missão eu assumi! Mas vamos lá, vamos trabalhar até 31 de dezembro. E, se alguém pensar diferente, me sinto lisonjeado com isso — concluiu.