Ao longo de seis anos, Pablo Horácio Guiñazú vestiu a camisa colorada em mais de 200 jogos. Conhecido pela raça, conquistou no Inter quatro Campeonatos Gaúchos, uma Copa Sul-Americana, uma Recopa Sul-Americana e uma Libertadores. Tamanha foi a idolatria alcançada no Beira-Rio que o argentino, apelidado de "Cholo", chegou a carregar a braçadeira de capitão por um tempo. Mas, lá atrás, por questão de horas, poderia ter sido contratado pelo Grêmio e viver uma experiência diferente do outro lado de Porto Alegre.
Em 2007, o Tricolor estava envolvido na fase decisiva da Libertadores — onde chegaria até a final. Enquanto o time de Mano Menezes avançava no torneio, a direção negociava a contratação do volante argentino que atuava no Libertad, do Paraguai, então com 29 anos. Foi quando a informação vazou, chegando aos ouvidos dos dirigentes colorados, que sonhavam com sua contratação desde o ano anterior, quando haviam o enfrentado pela semifinal da Libertadores.
Sabendo dos valores apresentados pelo Grêmio ao clube paraguaio, os colorados subiram a oferta, chegando a 1 milhão de dólares (pouco mais de R$ 2 milhões pela cotação da época). Ao mesmo tempo, enviaram à Assunção o diretor de futebol Sílvio Silveira. Assim, por questão de horas, o martelo foi batido em favor do Inter e, no dia 14 de junho de 2007, Guiñazú desembarcou no Beira-Rio, em meio às finais da Libertadores entre Grêmio e Boca Juniors.
— Torcerei pelo Boca. Sou argentino e agora também sou do Internacional. É certo que vou torcer para o Boca — alfinetou o volante que, a partir de sua chegada, se transformaria em símbolo de raça para a torcida colorada.
Guiñazú permaneceu jogando pelo Inter até 2012, quando enfim resolveu retornar para o Libertad, do Paraguai.