Nesta segunda-feira seguinte ao aniversário de 111 anos do Inter, celebrado no sábado, 4 de abril, Paolo Guerrero completa um ano desde que estreou com a camisa colorada, pela semifinal do Gauchão de 2019, marcando o primeiro gol da vitória por 2 a 0 sobre o Caxias. Foi o começo de uma relação que, de tão intensa, parece ser bem mais longa do que apenas os 366 dias (já que estamos em ano bissexto) que constam no calendário.
O clube acertou a contratação do peruano ainda em 2018, no dia 8 de agosto. O atleta estava no Flamengo, mas disputou apenas 12 jogos naquela temporada — sete pelo clube carioca e cinco pela seleção peruana. Marcou apenas quatro gols. Isso porque Guerrero havia sido condenado a cumprir 14 meses de suspensão por doping, no fim de 2017, e conseguiu um efeito suspensivo em maio, que foi revogado em agosto, e possibilitou apenas que o centroavante atuasse na Copa do Mundo.
Ainda assim, o Inter apostou no jogador, que chegou a Porto Alegre em 15 de agosto de 2018, com direito a recepção de mais de 5 mil torcedores no Beira-Rio. Ovacionado pelos colorados, afirmou que aquela era "a maior recepção da carreira" e que queria jogar logo.
— Estou muito feliz por estar aqui. Quero estrear logo — falou o peruano na apresentação, ao lado do presidente Marcelo Medeiros, do então vice de futebol Roberto Melo e do executivo Rodrigo Caetano.
Até jogar, passaram-se quase 10 meses. Foram muitos treinos até que, no dia 6 de abril de 2019, ele foi a campo pela primeira vez e ajudou o Inter com seu primeiro gol. Desde então, balançou as redes 24 vezes em 49 partidas com a camisa colorada. Foi, inclusive, o artilheiro do time no ano passado, com 20 gols em 41 jogos.
A boa temporada chamou atenção até mesmo fora do país. O Boca Juniors tentou a contratação de Guerrero, que acabou estendendo seu vínculo com o Inter até o fim de 2021.
— Foi uma forma de demonstrar a ele que gostaríamos que ele permanecesse por mais tempo conosco, e ele também fez a opção de ficar, porque está adaptado à cidade, ao grupo do Inter e quis dar sequência a esse projeto. Nós somos gratos a ele pelo bom desempenho e tudo o que vem fazendo aqui e acho que ele a nós, também, por termos dado essa oportunidade — destaca o executivo de futebol Rodrigo Caetano.
Se os números foram bons e o carinho da torcida só aumentou, duas cobranças incomodaram o centroavante de 36 anos ao longo desse um ano de Inter: o desempenho em jogos decisivos e, especialmente, nos Gre-Nais.
Guerrero marcou nove gols em 19 jogos de mata-mata pelo Inter. Porém, nos mais importantes, como a final da Copa do Brasil, contra o Athletico-PR, e as partidas das quartas de final da Libertadores, diante do Flamengo, passou em branco.
Em relação ao clássico, além de não ter marcado nenhum gol nem mesmo dado uma assistência, sequer conquistou uma vitória sobre o maior rival em cinco jogos. Questionado sobre isso antes do primeiro Gre-Nal deste ano, ainda em fevereiro, disse não estar preocupado:
— Contra o Grêmio já marquei muitos, só não fiz pelo Inter. Todo clássico quero fazer gol e para isso estamos trabalhando, não só eu, mas também todos os meus companheiros. É importante fazer gols nos clássicos, mas é mais importante que o time ganhe.
O triunfo ainda não veio. Mas, quem sabe, está guardado para o momento certo. Quando tudo voltar ao normal e o coronavírus já não for empecilho para que o futebol possa ser praticado, o Inter de Guerrero terá ao menos mais um encontro com o Grêmio na fase de grupos da Libertadores. O jogo, no Beira-Rio, poderá significar muito em termos de classificação. Quem sabe, ali, o peruano escreverá seu nome na história do clássico.
Ao menos é esse o desejo dos colorados, que entendem que se Guerrero não foi para o Boca Juniors no início do ano, será em Porto Alegre que ele passará as próximas temporadas. E, se tudo der certo para o Inter, com gols no clássico, em jogos decisivos e com taças no armário.
Guerrero pelo Inter:
- 49 jogos
- 24 gols
- 2 assistências
Em Gre-Nais:
- 5 jogos
- 0 vitórias
- 3 empates
- 2 derrotas
- 0 gols
- 0 assistências
Em mata-matas:
- 19 jogos
- 9 gols
- 3 contra o Paysandu (Copa do Brasil)
- 2 contra o Cruzeiro (Copa do Brasil)
- 2 contra o Nacional (Libertadores)
- 1 contra o Caxias (Gauchão)
- 1 contra o Tolima (Libertadores)
Em 2020:
- 8 jogos
- 4 gols
- 1 assistência
Em 2019:
- 41 jogos
- 20 gols