A lateral esquerda do Inter começou 2020 com fortes novidades. Além da saída de Zeca e da chegada de Moisés, é provável que Uendel e Natanael sejam envolvidos em algum negócio.
Com isso, podem ressurgir oportunidades para um menino de 18 anos que está na base do Beira-Rio desde os 12. Erik, natural de Quaraí, atuou duas vezes no Brasileirão 2019. Na expectativa para jogar, vê no Gauchão a chance de mostrar trabalho para Eduardo Coudet.
Com quantos anos começou a jogar?
Comecei com quatro anos na escolinha do Ruben Paz, na minha cidade, Quaraí. Fiquei seis anos lá e fiz um campeonato pelo Flamenguinho de Alegrete. Tinha Inter, Grêmio, Velez e Peñarol. Joguei bem e o Inter me convidou para fazer avaliação. Passei no teste, tinha 11 anos. Fiquei um ano em avaliação. Eu era muito pequeno, tinha de estudar, daí vinha uma semana, treinava e voltava. Fiquei um ano assim. Minha mãe não queria deixar eu vir.
Com 12 anos você veio pra cá?
Sim, fiquei dos 12 até os 18 na base. Morei quatro anos com meus tios e um ano no alojamento. Depois vim para o profissional. Daí meu irmão veio morar comigo. O meu empresário pegou um apartamento pra mim.
Como foi a adaptação a Porto Alegre?
Não estava preparado para sair de casa ainda. Então, no começo foi muito complicado. Dava muita vontade de voltar, mas a minha a base familiar me ajudou bastante. Meu pai, minha mãe tentavam vir pra cá quando me dava saudade ou vontade de ir embora. Me ligavam, faziam algo pra não deixar eu desistir, pois eles sabiam o quanto eu queria aquilo. Então, acho que a minha base familiar me ajudou muito. Tenho dois irmãos que me ajudam demais. Um ajuda na minha carreira, ele é gerente de banco e o outro é jogador de futebol (Edir Netto, atacante do Brasil de Farroupilha). Então, acho que a minha base familiar me ajudou bastante e com certeza os tios com que morei, que sempre me trataram com muito carinho, sempre me cuidaram e acho que isso aí foi o que fortaleceu.
Qual sua maior qualidade?
Eu não saí do meu Estado, então a competitividade contou bastante. Tenho isso por ser da fronteira, jogar bastante no Uruguai. Jogava muitos campeonatos lá. Então, acho que isso ajudou bastante, porque não faltou pegada desde o começo. Os técnicos gostam disso. Não quero perder nunca, estar sempre competindo. Tenho no sangue a vontade de vencer e não se conformar com perder.
E qual a maior dificuldade?
O posicionamento. Eu era meio-campista e quando cheguei. Daí o técnico Rodolfo Paz me colocou na lateral. Agradeço a ele. Na primeira semana treinei bem, no primeiro amistoso do ano estava como titular, fiz gol na estreia. Não saí mais. Gostei. Pega o jogo de frente. Tento apoiar bastante, armar bastante o jogo, eu sempre gosto que a minha equipe fique com a bola. Que a gente busque o gol.
Como você vê essa oportunidade para assumir a titularidade?
Chegou mais um excelente lateral (Moisés), tô aprendendo muito. Sempre que me perguntam sobre as oportunidades, falo que estou esperando, trabalhando, aprendendo com os mais experientes. Às vezes o cara quer jogar, jogar, jogar, mas não está preparado.
O que você espera do Gauchão?
Que a gente possa trazer esse troféu para o Inter. Muito importante que a gente possa começar o ano com esse campeonato. Os jogadores merecem.