A mudança de esquema tático no Inter pode fazer o volante Patrick mudar de posição. Como o técnico Zé Ricardo desmanchou o tripé de volantes, uma das marcas de Odair Hellmann, o jogador precisa agora disputar posição com Rodrigo Lindoso e Edenilson para fazer parte da dupla de marcadores, algo que parece improvável. Uma saída pode ser o aproveitamento do atleta na lateral esquerda.
Outra alternativa seria a utilização de Patrick como meia aberto pela esquerda. No entanto, por ser um meio-campista defensivo, o camisa 88 larga em desvantagem na disputa com o atacante Wellington Silva, já que a ideia do treinador é montar a equipe de forma mais ofensiva.
Com o mau momento dos laterais Zeca e Uendel, ganha força a possibilidade de o volante ser uma alternativa na lateral esquerda. Essa situação não seria novidade na carreira do jogador. No próprio Inter de Odair, o meio-campista chegou a atuar naquele setor em situações circunstanciais, quando o time estava perdendo e o antigo treinador queria colocar um meia mais ofensivo. Foi assim, por exemplo, no empate por 1 a 1 com o Flamengo, no dia 28 de agosto, jogo que marcou a eliminação colorada na Copa Libertadores.
Aos 27 anos, Patrick já foi utilizado como lateral-esquerdo titular em pelo menos três momentos na carreira: no Caxias, em 2013, e no Goiás e no Sport, esses dois últimos em 2017. Segundo técnicos e jornalistas que acompanharam o jogador nessas equipes, o rendimento foi bom, principalmente pelo fôlego para cumprir as tarefas defensivas e ofensivas.
— Uma das virtudes do Patrick é a capacidade de atacar e defender, que é uma das principais características para jogar na beirada do campo. Ele tem uma boa recomposição do setor, tem imposição física e não se aperta no momento defensivo. Outra virtude é que ele tem uma boa leitura de jogo e interpreta o jogo de forma rápida. Isso dá a ele a capacidade de fazer mais de uma função — afirma o técnico Picoli, que treinou o jogador no Caxias, em 2013.
Patrick defendeu o Goiás entre 2015 e 2017, antes de ser liberado para o Sport. Embora tenha sido utilizado predominantemente no meio-campo, o jogador foi improvisado em alguns momentos na lateral esquerda do time goiano, em 2017, pelo técnico Sérgio Soares.
— É um jogador competitivo, versátil e que joga bem em qualquer função do meio-campo. Quando foi improvisado na lateral esquerda do Goiás, conseguiu ter uma boa desenvoltura. Marca muito bem e tem boa saída pelo lado esquerdo, pois é um canhoto nato e bate bem na bola. Não consigo entender como a incompetente gestão do Goiás conseguiu liberar um jogador da capacidade do Patrick — critica o ex-meia do Goiás, Marcelo Borges, hoje comentarista da Rádio Sagres 730, de Goiânia.
No segundo semestre de 2017, já como jogador do Sport, Patrick também foi improvisado no flanco esquerdo pelo então técnico Vanderlei Luxemburgo. Um jogo de destaque foi a vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, no primeiro turno do Brasileirão. O time carioca era treinado à época justamente por Zé Ricardo, atual comandante colorado. Já a equipe pernambucana tinha no meio-campo os volantes Rithely, que hoje está no Inter, e Anselmo, com passagem recente pelo Beira-Rio. O atacante era André, hoje jogador do Grêmio.
Na estreia de Zé Ricardo no Inter, na vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, Patrick estava suspenso. Logo, o futuro do camisa 88 será conhecido a partir desta quinta (31), quando o Colorado enfrenta o Athletico-PR, no Beira-Rio.