Roberto Pinheiro da Rosa foi a melhor surpresa do primeiro Inter de 2019. É bem verdade que os olhares estavam em cima de Sarrafiore, que Emerson Santos fez o gol da vitória sobre o São Luiz, em Ijuí, e que Neilton entrou bem e mudou todo o ritmo do time. Mas foi o camisa 40 — um número estranho para zagueiro — quem surpreendeu.
Demonstrando uma frieza de veterano, o defensor de 20 anos de idade ajudou a comandar a defesa. De quebra, quando o Inter perdeu o lateral improvisado Bruno José, Klaus foi a campo pelo lado esquerdo, justamente para que o técnico Odair Hellmann não mexesse na função de Roberto pela direita.
Desde os 15 anos de idade nas categorias de base do Inter, após surgir como promessa no São José, Roberto é uma versão jovem de Rodrigo Moledo. De "Moledinho", porém, ele não tem nada. Roberto tem a mesma altura do titular: 1m88cm. É veloz como o camisa 4 e ficou famoso na Morada dos Quero-queros pelo posicionamento correto na área.
— Trata-se de um zagueiro firme, muito concentrado, dono de boa recuperação e com boa velocidade. Foi meu capitão diversas vezes, tem liderança — destaca Ricardo Colbachini, treinador do Inter B, e que trabalhou por três anos com o zagueiro.
Roberto deverá voltar a campo nesse domingo (27), justamente no Passo D'Areia, onde iniciou a carreira, diante do São José. Na quinta-feira (24), Odair Hellmann deverá usar os titulares contra o Pelotas, no Beira-Rio, poupando a turma que foi a Ijuí. A partir de agora, entre os profissionais desde o começo da pré-temporada, Roberto vai ganhar em vivência. Já estava acostumado às agruras do Interior, depois de disputar duas Copas FGF, além de dois Brasileirões de Aspirantes.
— Roberto está acostumado a este nível de jogo difícil, com a torcida contra, como foi o de domingo, em Ijuí. Os jogos e, sobretudo, os treinos com o elenco principal, farão com que ele evolua muito. É um jogador com bom cabeceio e muito bom posicionamento — afirma Colbachini. — Agora é ter paciência, escutar o Odair, e abraçar com tudo as chances que receber — acrescenta o técnico do Inter B.
Depois de deixar o Passo D'Areia, parte da vida de Roberto permanece na zona norte. O zagueiro do Inter cursa o segundo ano da faculdade de educação física da Sogipa. Ainda nos tempos do CT de Alvorada, entre um treino e outro, além de muitas viagens, o zagueiro retomou os estudos.
— A gente vê a dedicação do Roberto em tudo o que ele faz. Buscou estudar, é um cara detalhista — elogia o seu ex-treinador.
Após a estreia, Roberto agradeceu aos colegas de zaga.
— Todos me passaram confiança, mas principalmente o Emerson, o Klaus, o Cuesta, e o Moledo. Me passaram confiança para fazer um bom jogo - disse o zagueiro. — Joguei a Copa Wianey Carlet. O Gauchão é um campeonato parecido. A gente tem mais ou menos uma base do que é — acrescentou Roberto.
Questionado sobre a faculdade, ele contou que tenta conciliar a carreira com os estudos.
— A gente sabe que a carreira de jogador de futebol é curta, então, é bom estudar. Conciliar não é fácil, mas te dá novos ares. E até pelos puxões de orelhas da minha mãe, continuo estudando — brincou.