
O nome do time é de difícil pronúncia: Heilongjiang Lava Spring. É neste clube, da cidade de Harbin e que disputa a segunda divisão chinesa, que Cassiano atua desde julho. Aos 29 anos, o atacante está mais experiente do que há seis anos, quando se destacou pelo Esportivo, de Bento Gonçalves, e despertou o interesse do Inter para jogar ao lado de Forlán e D'Alessandro no Beira-Rio. Rodou por vários clubes do Brasil, além de países como Chipre, Coreia do Sul e Cazaquistão. De férias em Porto Alegre, ele atendeu a equipe de GaúchaZH para contar sua trajetória e admitir: é colorado e torce pelo sucesso do técnico Odair Hellmann.
Como foi essa temporada na China?
— Bem legal. Uma experiência nova. O futebol chinês vem crescendo bastante, tem muito brasileiro lá. Eles estão investindo muito no futebol. A segunda divisão está a passos pequenos, mas já está bem forte. Acredito que o futebol de lá só tem a crescer pelos investimentos que eles vêm fazendo.
Você encontrou outros jogadores brasileiros por lá?
— No meu time, tinha o Victor Bolt, que estava no Goiás antes de ir para lá. Quase todas as equipes têm jogadores brasileiros. Encontrei o Marcelo Moreno, Aloísio "Boi Bandido", que era do São Paulo. Em quase todos os jogos a gente encontrava brasileiro. Era bem legal. Eles gostam muito de brasileiro por lá.
Já bateu a saudade do Brasil ou vai retornar para a China após as férias?
— A princípio, eu volto. Tenho contrato até o final do ano que vem. Mas a gente está aberto a qualquer negociação. Meu empresário conversou comigo sobre alguma coisa. Mas, a princípio, eu volto para a China.
Como surgiu essa proposta para ir para a China?
— Quando eu saí do Paysandu, era vice-artilheiro do Brasil e goleador da Série B. Então, eu estava em um momento muito bom, e foi quando eu consegui chegar à China. Graças ao meu trabalho. Infelizmente, o Paysandu está em um momento complicado (é 17º e hoje estaria rebaixado à Série C). Quando eu estava lá, era início de competição e o time estava direitinho, estava bem.
Você já passou por outros países além da China. Jogou na Coreia do Sul, Chipre, Cazaquistão. Conta um pouco desta experiencia.
— Já tenho bastante coisa para contar. Cada país, tem uma particularidade. Eu gosto destas experiências, principalmente fora do Brasil, onde você aprende muito da cultura de lá. Em alguns lugares é mais complicado, mas em cada lugar que você vai, aprende um pouco. Eu aprendi a falar, não fluente, mas um pouco de russo e coreano. Foram experiências muito boas e que vou levar para minha vida para sempre.
Você está na história da rivalidade Gre-Nal. Jogou o último clássico do Estádio Olímpico, em 2012. Lembra desse jogo?
— Por ser gaúcho, por ser torcedor do Inter, então, foi um momento muito marcante da minha vida e da minha carreira.
Você disse que torce pelo Inter. Segue acompanhando o time colorado mesmo a distância?
— Acompanho sempre. Inclusive, tenho muitos amigos lá (no Inter) ainda. Então, sempre que posso, vejo os jogos. Na China, os horários eram bem diferentes, os jogos passavam de madrugada, então eu conseguia acompanhar às vezes.
Quais são seus amigos no atual elenco do Inter?
— Joguei com o Patrick no Goiás e ficamos amigos. O Damião e o Rodrigo Dourado eram da minha época. O D'Alessandro também. São jogadores que eu tenho um carinho especial. O Rossi também jogou comigo no Goiás. Fora o pessoal lá de dentro, do staff, que gosto muito e tenho muito carinho.
Chegou a trabalhar com o Odair Hellmann?
— Ele era terceiro auxiliar na época. O "Papitinho" é gente boa demais. Estou torcendo para que ele tenha muito sucesso, como ele já vem tendo no Inter.