Dois dias após a reapresentação do Inter para a temporada de 2018, Marcelo Medeiros projetou o que espera deste ano no Beira-Rio. Além de avaliar a permanência de Paulão, reintegrado ao grupo, e as situações de Anderson e Seijas, o presidente colorado repercutiu as declarações de Vitorio Piffero, que, em entrevista ao Sala de Redação, se defendeu das acusações de irregularidades em sua gestão. Confira os trechos da entrevista ao Show dos Esportes:
Declarações de Vitorio Piffero
— Eu não vou comentar entrevista do ex-presidente Vitorio Piffero. Cada um é responsável por aquilo que faz e por aquilo que fala. E às vezes é até melhor não falar. As contas do Giovanni Luigi foram aprovadas no Conselho Deliberativo depois de auditadas pelo Conselho Fiscal. Ano passado, eu recebi o representante do Forlán, que me disse que não recebeu nenhum pagamento. Ele entraria com uma ação, mas fizemos um acordo parcelando a dívida, que será paga neste mandato.
Paulão reintegrado ao grupo
— O Paulão é profissional do Inter, ele tem contrato para cumprir. Eu fico refletindo. O jogador, quando falha em um jogo, e o time perde, pode até ser responsabilizado. Mas, quando tem um grupo inteiro que cai para a Série B, é complicado. O rebaixamento passa pelo grupo, pela diretoria... A melhor maneira é deixar ele jogar e mostrar, dentro de campo, todas as suas virtudes.
Situação de Anderson e Seijas
— Vamos esperar ele chegar no dia 8. E fazer a avaliação que a comissão técnica e o departamento de futebol acharem mais procedente. Sobre rescisão, não vou falar de um caso específico. Mas o jogador de futebol não tem uma rescisão como qualquer trabalhador comum, com aviso prévio, férias e 13º salário. A rescisão de um jogador exige o pagamento de todo o contrato, que é um valor muito alto. É uma situação que não está cogitada. Não vamos pagar esse tipo de prêmio. Vamos aguardar e cuidar de cada caso individualmente. A condição do Seijas é a mesma. Vamos ver o que podemos construir nessa próxima semana.
O objetivo do Inter no ano
— Esse é o tipo de exercício que se faça na mídia especializada, de saber o objetivo do Inter no ano. Nós, dirigentes, temos a responsabilidade de não prometer nada, nem fazer previsões. O que podemos fazer é prometer trabalho e dedicação. Isso o torcedor colorado vai ver e vai ter. Se tivermos esses componentes alinhados à qualidade e à união do grupo, podemos trabalhar em cima de alguma conquista. O Inter tinha uma missão no ano passada, que foi alcançada. O ano de 2017 terminou. Agora inicia o Gauchão e vamos lutar por esse título com muita força. O momento de dificuldade financeira é do país. O Inter está num processo que houve um trauma com a Série B, um cenário que era desconhecido para nós. O Inter sempre valorizou muito o campeonato da nossa terra. Vamos com calma, sem projeções. O grupo deste ano é muito melhor do que o do início da temporada do ano passada. Tem jogadores experientes, promovidos da base, jogadores que já têm a confiança da torcida, então é dar tranquilidade para que eles possam trabalhar. E vamos ver se no fim do ano a gente consegue comemorar alguma coisa.
O grupo deste ano é muito melhor do que o do início da temporada do ano passada.
MARCELO MEDEIROS
Presidente do Inter
Reforços
— Tem que trabalhar de uma maneira cirúrgica, com responsabilidade. Olhando para o futuro, mas com os pés no chão. Na apresentação da terça-feira, havia sete novidades (cinco reforços e dois jogadores promovidos do sub-23). Temos ainda a questão do Wellington Silva, que tem que ser vista com muito cuidado. Esse negócio de ciclo de contratação movimenta o futebol, mas a gente não trabalha com data. Do grupo que esteve na reapresentação de terça, 12 são oriundos da nossa base.
Dificuldades financeiras
— Ano passado, quando assumimos o clube, tínhamos uma dificuldade financeira maior que a de hoje. Naquele momento, nós fizemos uma cirurgia, uma equação, em que saíram quase 40 jogadores e chegaram em torno de 15. A gente tem que ser criativo. Desses atletas, mais de 20 já saíram, atenuando esta folha paralela. A gente vai resolvendo um problema de cada vez e segue o nosso trabalho.
Vinda de Rithely
— Em outras ocasiões, já elogiamos o futebol do Rithely. Agora, aumentou a especulação em cima desse jogador, pois ele não se apresentou no Sport. A gente não comenta negociações sem elas serem concluídas. No momento em que for concretizada, a gente comunica ao nosso torcedor.
Aposta em Odair Hellmann como técnico
— Mais do que uma aposta, é um investimento. Primeiro, o Odair é um atleta formado no clube, identificado com a nossa torcida, tem uma história de vida, se preparou para estar nessa condição, trabalhou na comissão técnica campeã olímpica, tem preparo, conhecimento e fundamento muito grande no seu trabalho e, muito mais do que isso, tem o respeito do grupo com que ele trabalha. A gente vai dar ao Odair, ao Caíco e toda a comissão técnica, toda a condição para que façamos um bom 2018. O Odair é uma pessoa muito carismática. A forma de treinar é muito moderna, ele é muito atualizado. Amanhã, o Inter volta a treinar com bola. A gente vai estar lá participando, apoiando.