Um Leandro Damião diferente, amadurecido, voltou ao Inter. É bem verdade que os quatro anos que separam a sua saída do clube e o seu retorno pesam. Mas um atacante mais participativo e que abre espaço para os demais jogadores surge a cada rodada no Beira-Rio.
Além disso, após a partida contra o Paysandu e com três gols em sua nova fase de Inter, Damião já soma 92 (em 184 jogos pelo clube), sendo o 14º maior goleador da história do Inter. Está perto de ultrapassar Christian, dono da 13ª colocação, com 98 gols. Está próximo também do centésimo gol, o que parece bem plausível para a temporada, uma vez que restam 16 rodadas para o final da Série B.
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– Se eu seguir sem fazer gols e o time subir, estou feliz – brinca o centroavante da camisa 22 às costas.
A nova função agregada ao faro de gols é notável pelos números. Nesses cinco jogos, tem um desarme e já cometeu três faltas. Sua presença preocupa os zagueiros, que lhe fizeram quatro faltas.
Essa postura do centroavante rendeu elogios até de quem está bem longe dele no campo. O zagueiro Klaus, por exemplo, não poupa comentários positivos sobre o companheiro da frente:
– Ele marca muito, dá combate lá em cima. A força dele em cima dos zagueiros adversários já faz a bola chegar mascada na frente, isso nos facilita muito para desarmar e recuperar a posse. A dedicação dele é importante para nós.
Para o ex-centroavante Nilson, que ficou na memória dos colorados pelos gols no Gre-Nal do Século (além dos outros 13 naquela campanha vice-campeã do Brasileirão de 1988), a presença do centroavante como uma espécie de "primeiro zagueiro" não é exatamente uma novidade.
– Eu, mesmo, já fazia isso. Me dedicava na marcação. O atacante tem que estar sempre ligado, senão corre risco de não participar do jogo. Ele tem que se fazer presente até para incomodar os zagueiros. O Damião está muito bem também neste sentido – analisa.
Além de elogiar o desempenho defensivo de Damião, Nilson também se mostra otimista para o aproveitamento do centroavante naquela que é sua função primária: colocar a bola nas redes adversárias.
– Ele amadureceu muito nesse período fora do Inter. Talvez quando saiu, lá em 2013, não estivesse pronto para se transformar naquele grande centroavante que aparentou ser nos primeiros anos. Por isso, acho positivo ele ter rodado por Cruzeiro, Santos, Flamengo e até fora do Brasil. Voltou mais encorpado, mais pronto. Não tenho dúvidas de que ele chega aos 100 gols ainda em 2017 – finaliza Nilson.
*ZHEsportes