
Há três assuntos para ser abordados na reunião do Conselho Deliberativo do Inter nesta terça-feira. E o mais bombástico deles será o último. Depois de cumprir atividades protocolares de aprovação de atas dos encontros anteriores e tratar sobre a possibilidade de licenciamento por conselheiros para atividades pessoais, será hora de apreciar o diagnóstico da consultoria Ernst & Young, que avaliou a gestão de Vitorio Piffero entre 2015 e 2016. O encontro começa às 20h.
O levantamento da empresa apontou que um pool formado por cinco empresas recebeu do Inter um valor superior a R$ 9 milhões, em obras no complexo. Todas essas firmas atuam no ramo da construção civil. Além disso, têm duas coincidências: atendem o mesmo número de telefone e estão ligadas ao mesmo escritório de contabilidade. A sede de uma delas fica em uma cobertura, no balneário de Torres – e essa recebeu sozinha R$ 5 milhões do clube. Outra tem como localização um bairro na periferia de Viamão.
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Apesar do alto investimento, não há qualquer obra no complexo Beira-Rio que justifique esses valores. Além disso, os auditores foram surpreendidos com saques a título de adiantamento no caixa do clube, que superam os R$ 9 milhões. No relatório, há a constatação que essas retiradas do caixa foram justificadas com notas fiscais das empresas de construção que formavam esse pool.
Conselheiros de oposição prometem esquentar a reunião para esclarecer o assunto. Eles não querem que o caso seja abafado.
– Não tenho o menor conhecimento. O fato de tu ser presidente não quer dizer que tu tenha conhecimento de tudo o que acontece. Mas acho que as coisas devem ser devidamente explicadas. Agora, volto a dizer. O fato de ser presidente, não quer dizer que tenha conhecimento de todos os fatos.