Era um jogo relativamente tranquilo para o Inter encarreirar uma série de vitórias e se consolidar na ponta de cima da Série B. Mas o time gaúcho repetiu um filme conhecido: no primeiro tempo, saiu na frente, teve mais volume, criou oportunidades; no segundo, errou na bola aérea defensiva, cansou, faltou força e saiu de Belo Horizonte com um empate em 1 a 1 diante do América-MG.
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O resultado tira a equipe do G-4 – é o quinto colocado, com os mesmos 12 pontos do Santa Cruz, atrás pelo número de vitórias. O time pernambucano é o adversário de sábado, na oitava rodada, fora de casa. Em relação ao líder Juventude, está cinco pontos atrás.
– Gostaríamos de ser lideres, é claro, mas na realidade nosso aproveitamento em pontos fora é bom. Temos duas vitorias, um empate e apenas uma derrota. Ficamos devendo em casa, com quatro pontos que podíamos ter ganho. Vamos trabalhar para melhorar – minimizou o vice de futebol Roberto Melo.
O primeiro tempo do Inter foi de superioridade sobre o adversário. Guto Ferreira mandou a campo o time especulado, com Carlos na esquerda, D'Alessandro no meio e Marcelo Cirino na direita, deixando Pottker de centroavante. Mas, em menos de quatro minutos, a estratégia foi para o espaço. Pottker foi lançado na área e, ao dominar a bola, sentiu lesão muscular – inclusive voltará hoje para Porto Alegre para ver a gravidade de sua lesão. Nico López entrou – e bem. Aos 19, D'Alessandro e Carlos começaram a jogada pela esquerda, a bola passou por Uendel até voltar para o capitão, que cruzou exatamente onde o uruguaio estava livre para concluir de chapa de pé esquerdo e abrir o placar.
Nico teve ainda outras três boas oportunidades, uma encobrindo o goleiro, mas passando ao lado da trave, outra pegando mal um cruzamento da direita e por último criando uma jogada pela esquerda, mas sua conclusão foi espalmada pelo goleiro.
– Jogamos muito bem no primeiro tempo, deveríamos ter feito mais gols. No segundo, infelizmente tomamos um gol de bola parada. Precisamos fazer um reajuste para não sofrer mais com isso – analisou D'Alessandro, que levou o terceiro cartão amarelo e está fora da partida de sábado, assim como Fabinho.
O gol do América foi justamente em uma falha do jogo aéreo. Aos sete minutos, uma falta frontal alçada para a área, Rafael Lima se livrou da marcação de Danilo Silva e empatou, de cabeça.
– São características de jogadores, alguns não são tão fortes na bola aérea e precisamos de mais treino. O problema já existia e, sob o nosso comando, tomamos dois gols de bola aérea. Não é da noite para o dia que vamos corrigir – disse Guto Ferreira.
Depois do gol, a partida caiu de qualidade. O América tentava ameaçar, mas não tinha qualidade para concluir suas jogadas. Na mais perigosa, Hugo Cabral chutou cruzado e Luan não alcançou por centímetros. O Inter, a partir da entrada de Juan no lugar de Carlos, melhorou. Quase chegou à vitória quando Cirino pegou pelo lado direito e concluiu de pé esquerdo. O chute desviou em um zagueiro e o goleiro João Ricardo espalmou. A bola bateu na trave e correu sobre a linha, mas saiu.
Juan, inclusive, candidatou-se a substituir D'Alessandro no próximo sábado. Outra possibilidade é de Junio voltar para a lateral e deslocar Edenilson para o meio. Na frente, Nico López substituirá Pottker. Apesar das mudanças forçadas, Guto Ferreira não descarta novas trocas, já que a preparação física deu mais sinais de estar passando por problemas (o que foi negado pela comissão técnica e por jogadores, que atribuíram a queda de rendimento ao crescimento do adversário):
– Primeiro preciso avaliar se são só essas alterações. Logicamente, vem ideias e a gente vai pensando até a hora de dormir. O que fica na retina, de positivo, é a qualidade do primeiro tempo, com condições de melhorar.