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A decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) de pedir 48 horas para verificar sua competência em relação ao caso Victor Ramos emite sinais negativos para o Inter. O pleito inicial de retirada de 109 pontos do Vitória pareceu mais distante depois da audiência desta quarta-feira. Mesmo que o CAS ordene a reabertura do caso, o que depois da primeira decisão creio ser pouco provável, o Inter precisará adotar uma estratégia para a segunda onda que virá depois dessa batalha travada em Lausanne.
A relação do clube com a CBF e o STJD azedou, para dizer o mínimo. É histórico o desconforto da CBF e de seu tribunal com insurgências como essa do Inter. O próprio clube já sentiu isso na pele em 2005, quando tentou encarar o sistema vigente no futebol brasileiro.
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Com as asperezas de uma Série B pela frente, o mínimo obstáculo nesse percurso pode se potencializar e virar um despenhadeiro. O Inter precisará de muita articulação política e altíssima sensibilidade para não ferir ainda mais os egos na CBF. Mesmo que o desfecho em Lausanne seja favorável ao Vitória, a imagem colorada na suntuosa sede da entidade Barra da Tijuca não está naquela galeria destinada aos melhores amigos.
Aliás, nessa galeria estão os demais grandes clubes brasileiros, que silenciaram mesmo diante de todos os equívocos cometidos pela CBF e da forma como o STJD conduziu o caso. Mas nem mesmo mais crédulo colorado imaginava situação diferente. Infelizmente, os grandes clubes brasileiros são individualistas e vivem à sombra do poder da CBF. Perderam, mais vez, a chance de descobrir a força que, unidos, ele têm.