
O primeiro tempo do Inter contra o Cruzeiro mostrou que o caminho ainda é longo e de pedras neste 2017. O time até melhorou no segundo, mas foi uma reação pela honra, com disposição e esforço acima do normal. O fato é que o Inter ainda se encontrou depois do rebaixamento. Parece se debater em busca de uma saída do buraco em que se meteu na temporada passada. Tudo isso enquanto altera de forma profunda a sua identidade.
O Gauchão é só um rito de passagem até a Série B. Por mais que a busca pelo hepta esteja no discurso da direção e no anseio da torcida, por ser o único confronto direto garantido com o rival. Tanto é que nesta semana desembarcam mais dois jogadores no Beira-Rio, os volantes Edenílson e Felipe Gutiérrez.
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Tudo isso dificulta a construção de um time, mas é insuficiente para isentar totalmente Antônio Carlos Zago. Em 11 jogos no Gauchão, foram três vitórias, um rodízio de times e atuações assustadoras. O técnico aposta em um modelo de jogo para o qual ainda não tem jogadores. Faltam volantes para fazer parceria a Rodrigo Dourado – e é bem possível que nenhum dos dois contratados seja inscrito no Gauchão. Faltam ainda atacantes que participem da recomposição no meio-campo.
Não adianta Zago esperar que Nico e Valdívia marquem ou que Anselmo chegue à frente com qualidade. É perda de tempo e de energia, como se viu no desentendimento entre Nico e Dourado no segundo tempo da derrota para o Cruzeiro. O resultado disso tudo é D'Alessandro mais exigido do que seus 36 anos recomendam e um Inter confuso em campo. Zago precisa encontrar um time e fazê-lo jogar. Mesmo que o objetivo seja montar o time para a Série B, é preciso esboçá-lo desde já.