
Articulado e pronto a dar opiniões sobre temas que nem sempre interessam a jogadores de futebol, Alex concedeu uma entrevista coletiva diferente na manhã desta terça-feira. O Inter e sua preparação para enfrentar o Atlético-MG iniciaram o papo, mas ele foi muito além das quatro linhas.
Alex começou respondendo sobre a possível sequência que terá no meio-campo, já que Argel o manteve entre os titulares no treino desta terça. Falou, também, sobre o bom início de Brasileirão do clube.
– O fato de ter sequência, para todos é bom. A gente tem que agradecer toda a oportunidade com rendimento e trabalho. Mesmo acreditando que, com o grupo numeroso que a gente tem, poucos vão ter uma sequência tão grande. Mas temos de pensar no hoje – afirmou, antes de completar:
– Nós temos um foco, uma concentração muito grande. Um trabalho de disponibilidade, de dedicação. Estamos podendo abrir mão de algumas coisas. A gente plantou uma sementinha para isso estar acontecendo. O Argel nos mantém atentos nesse sentido. Dos campeonatos brasileiros que disputei com o Inter, é o que tive melhor início. É importante, porque cada ponto que você perde você não recupera mais.
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A conversa começou a sair do futebol quando veio uma pergunta sobre a situação da Seleção Brasileira:
– Nós temos uma geração de atletas fantástica. Não é aquela da década de 80, 90, que a gente tinha alguns extraterrestres, mas isso se constrói. Eles estão jogando em suas equipes e crescendo. Mas a gente precisa ter uma estrutura cada vez melhor. Não é só o futebol, o país vive esse momento social. A gente gerencia mal até o próprio ser humano. A capacidade profissional, muitos têm. Corrupção não é o problema, o problema é ético, educacional, humano. Tenho certeza de que qualquer treinador que trabalhe nessa inconstância administrativa terá dificuldades.
Os questionamentos então enveredaram para projetos sociais que o meia desenvolve e questões políticas.
– Eu gosto de ver, de acompanhar (notícias sobre política). Lógico que não sabemos de tudo. Admiro o que o Moro está tentando fazer, e ele tem essa coragem, de botar a cara dessa maneira. A formação do ser humano é o principal. Você pode ter ótimos profissionais, mas não são seres humanos decentes - disse, antes de falar sobre a ajuda que pretende dar a escolas públicas:
– Através de uma visita que eu fiz no ano passado em uma escola na Restinga, tive contato com uma realidade muito difícil até para os professores. Os alunos precisam receber um carinho, um respeito, uma estrutura. Tem muita escola pública que não tem essa estrutura. Através dessa marca que eu lançei, quero construir parcerias. Conheci também uma escola de surdos. A gente quer aprender inglês e não quer aprender a língua de sinais. Eu enxerguei um mundo totalmente diferente nessas duas situações. A ideia da marca é dar essa estrutura melhor e dar um futuro melhor pra eles.