Há exatos seis anos, no dia 20 de maio de 2010 em Quilmes, o Inter sofria a derrota mais gloriosa de sua história, contra o então campeão da América, na partida símbolo da conquista do bicampeonato da Libertadores.
No acanhado Estádio Centenário, o Colorado perdeu para o Estudiantes por 2 a 1 nas quartas-de-final da competição sul-americana. Mas ganhou a vaga na fase seguinte. E passou a acalentar o sonho que se tornaria realidade no agosto a seguir...
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Muitos times foram campeões em derrotas. O São Paulo de Telê foi bicampeão da América em 1993 perdendo o jogo de volta. Isto jamais ocorreu com o Inter: o Colorado foi campeão sempre vencendo. No máximo um empatezinho chorado e a taça no armário, tal como na Libertadores de 2006. Nunca com uma derrota. Porém, naquela noite fria na Argentina, o título da Libertadores, ainda que na quartas de final, seria conquistado com a mais doce de todas as derrotas.
Depois do 1 a 0 em Porto Alegre com um gol chorado de Sorondo aos 42 minutos do segundo tempo, o Inter jogava pelo empate. Mil colorados espremidos atrás de um dos gols, que não seria o protagonista daquela noite, veriam dois gols relâmpago do Estudiantes antes dos 25 minutos do primeiro tempo.
O pesadelo de uma nova goleada e eliminação em solo argentino, repetindo os dramas da Bombonera em 2004 e 2005, estavam nas mentes de todos. Para piorar, D'Alessandro se desentendeu com patrícios e quase foi expulso ainda no primeiro tempo. O desastre se avizinhava. A parada da Copa seria de depressão para os colorados, e o sonho de repetir 2006 esquecido por um tempo.
Como uma ópera bufa, o insano técnico Jorge Fossatti, em seu real último ato válido, colocaria no segundo tempo dois atacantes, sacando o seu depressivo 3-6-1 e terminando o jogo no abeliano 3-4-3 com Alecsandro, Walter (aquele!) e Edu (aquele!!).
O gordinho Walter quase fez o gol da classificação aos 30 minutos, algo que parecia impossível dez minutos depois. Eufórica com a segunda semifinal consecutiva, a torcida do Estudiantes ligou todos os sinalizadores do mundo. Ou, ao menos, todos da Argentina.
Desesperado, sem enxergar, o goleiro Orión reclamava da própria torcida tamanha era a falta de visibilidade. Aquela fumaça escondia o último golpe na alma dos "Pinchas". Uma última bola. Aquela bola.
Um bicão de Pato Abbondanzieri. Uma matada de bola de Walter, passe para Andrezinho, que se desvencilha e lança, no ponto futuro, Giuliano. O herói do título da América tocou na saída de Orión, sem chances para o desesperado zagueiro Desábato (aquele!!!).
O gol. Aquele gol. Que por décadas será sempre chamado de "o gol da fumaça"
Nas arquibancadas, em uma história fantástica de amor pelo clube (e insanidade, talvez), a atriz Júlia Lemmertz chorava junto aos heroicos colorados. Por todo o mundo, cenas de insanidade ocorriam, aonde houvesse colorados (e gremistas).
Mas o jogo não acabou. Ainda haveria tempo de um chute que Pato Abbondanzieri defendeu firme. O apito final, seguido de "cenas lamentáveis" envolvendo os goleiros Lauro e Pato, o atacante Walter e mais meio mundo. Aí temos a "Batalha de Quilmes"
A classificação para as semifinais e o duelo contra o São Paulo estavam ali. Na parada após a Copa do Mundo, cairia Fossatti, e Celso Roth assumiria.
Veríamos as falhas de Renan, os gols salvadores de Giuliano e Alecsandro contra o freguês do Morumbi.
O título da Libertadores contra os mexicanos do Chivas após duas viradas nos dois jogos (algo inédito em finais de Libertadores).
Mas tudo isso só ocorreu por um motivo.
Um gol de Giuliano em um "merengue" de Andrezinho.
Na fumaça copera de Quilmes.
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