
O melhor D'Alessandro, aquele que se movimenta e pede a bola para comandar as trocas de passes do Inter, cairia como uma luva para dar maior lucidez ao desordenado ataque colorado. A questão é se veremos o capitão em seu melhor nível, considerando que retorna de lesão e passa por um 2015 atribulado, longe das atuações brilhantes de outros tempos.
Diante do Atlético-MG, ficou evidente a dificuldade do Inter para criar. Faltava aproximação entre os jogadores, assim como faltou em diversos jogos da sequência recente. Valdívia costuma ser o que mais sofre: recebe a bola em um dos lados do campo e, muitas vezes, não encontra companheiros próximos para tabelar. A solução única é partir para a jogada individual.
D'Ale deve retornar pelo meio da linha de três do 4-2-3-1 - esquema condenado como "faceiro" por Argel em sua apresentação, mas que tem sido utilizado com frequência nos últimos jogos. O camisa 10 tem como característica a movimentação intensa para "procurar" a bola. Em seus melhores momentos, não aceita a marcação e circula pelo campo para dar opção de passe aos companheiros - justamente o que Valdívia mais sentiu falta na Arena Independência. Com a qualidade de passe que o caracteriza, o argentino dá sequência correta ao lance e "força" o time a colocar a bola no chão para trocar passes.
Em um time que tem sofrido com o distanciamento dos homens de frente - o que o tornou dependente das jogadas individuais -, essa qualidade de D'Alessandro pode servir como uma cola para juntar as peças soltas e distantes do meio para frente.

* ZH Esportes