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Embora seja desconhecido do grande público, o adversário gremista na estreia da Copa do Brasil ostenta uma marca histórica. Há 14 anos no comando do São Raimundo, Chiquinho Viana é o técnico mais longevo do futebol nacional.
Além disso, o treinador conduziu a equipe de Boa Vista a um octacampeonato estadual em 2023, alcançado uma sequência que o próprio Tricolor almeja chegar neste ano.
Antes do último treino, que definiu a escalação para o duelo desta quarta-feira (19), Chiquinho recebeu a reportagem da Zero Hora no Centro de Treinamentos do clube e projetou mais um “sonho” que pretende realizar: superar o tricolor gaúcho no Estádio Canarinho.
Confira a entrevista com Chiquinho Viana
Como está o coração para encarar este jogo contra o Grêmio?
Amanhã (quarta-feira) vai ser um jogo que o São Raimundo vai ter que alcançar excelência. Vamos enfrentar um gigante do Brasil e temos muito orgulho disso. Meu preparador físico me pergunta se eu consigo dormir, mas eu consigo. Já está tudo pronto e não tem mais jeito. De madrugada, eu acordo e vou dar mais uma estudada.
Como estudar um time como o Grêmio, que está em formação e pode ter jogadores novos estreando?
O time mudou muito, com um estilo mais agressivo, que corre para a frente. Tem jogadores experientes, com passagem por seleções, um atleta que jogou no Barcelona, com uma visão diferente. O nosso maior receio é a imposição física, que é o marco da região Sul.
Qual vai ser a postura do São Raimundo contra o Grêmio?
Se nós deixarmos o Grêmio na zona de conforto, ele vai ficar mais forte do que ele é. Nós conseguimos fazer isso e surpreender impondo o jogo contra Remo e o Amazonas (pela Copa Verde). O Grêmio é de outro patamar e isso não é da boca para a fora, não. Agora, tem uma coisa que alimenta a vida, que é o sonho, e a gente não deixa de sonhar. Temos uma equipe muito equilibrada e no momento certo temos que pressionar. Estou trabalhando muito o mental da nossa equipe. Temos um sonho, mas ele não vai se realizar no primeiro minuto de jogo, mas só no final.
O senhor é o treinador do São Raimundo há 14 anos. Qual o segredo para esta longevidade?
É dos 14 anos ganhar 10 campeonatos estaduais (risos). Tem que ganhar. Quando eu parei de jogar, em 2004, assumi o comando da equipe. Aí dei um tempo, fui buscar qualificação e voltei em 2011. De 2016 para cá, ganhamos tudo. Infelizmente, no ano passado, sucumbimos na final. Mas, nestes oito anos (ganhando títulos), tivemos no máximo duas derrotas. Mexemos muito com o psicólogico dos jogadores porque sabemos que vencer, acontece. Mas, seguir vencendo, é uma carga. Então, por isso que a gente é audacioso. Não é falta de respeito com o Grêmio.