O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, manifestou-se na tarde desta segunda-feira (29) pela primeira vez sobre as polêmicas envolvendo a partida contra o Bahia, no último sábado (27). Na chegada do Tricolor a Ponta Grossa, onde enfrenta o Operário-PR nesta terça (30) pela Copa do Brasil, o dirigente, em tom ameno, sugeriu uma maior discussão sobre "o que está acontecendo" com a arbitragem no futebol brasileiro e defendeu a atitude do técnico Renato Portaluppi de abandonar o jogo antes do fim, em protesto contra a expulsão de Diego Costa.
— É importante dizer que o Grêmio não está reclamando do resultado a partir da arbitragem. O Bahia venceu merecidamente no campo, mas tem acontecimentos no jogo e nessa relação que é entre profissionais, arbitragem, quarto árbitro, que é preciso ser esclarecida. Eu vejo como muito legítima essa reação do Renato naquele episódio defendendo os interesses não só do clube como do time — defendeu Guerra.
O que irritou o Grêmio foi a expulsão do centroavante Diego Costa, já substituído, por reclamação. Segundo Renato, o atleta recebeu o cartão vermelho a partir de uma interferência indevida do diretor de arbitragem da Federação Baiana de Futebol (FBF), Jaílson Macedo Freitas. A entidade, contudo, alega que o dirigente atuava na partida na condição de delegado, o que seria algo regular.
O jurídico gremista acionou a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para esclarecer qual era a função de Jaílson na partida. Afinal, o documento oficial do jogo em que consta o nome do ex-árbitro como delegado só foi publicado após a entrevista em que Renato denunciou a interferência.
— É preciso apurar. A gente precisa ter muita calma nessa hora também, estamos aguardando uma manifestação da CBF, acho que ela que que deveria se manifestar nesse momento. Estamos acompanhando. A gente quer esclarecer o que está acontecendo. A questão aqui não é o jogo contra o Bahia e sim algo muito maior que está sendo discutido que é a arbitragem do futebol brasileiro — completou.
Guerra foi perguntado ainda por GZH sobre a declaração de Renato após o duelo dizendo que era preciso prestar atenção nas denúncias do dono do Botafogo, John Textor, que alega ter provas — ainda não apresentadas — de que houve manipulação de resultados no Brasileirão passado. O presidente tricolor disse que ouvir o dirigente botafoguense não significa dar razão a ele.
— Sobre as manifestações do Renato referentes às denúncias do Textor, eu acho que é um momento que a gente tem que escutar todas as partes, tudo que tá acontecendo. Ninguém está dizendo que ele tem razão ou não. O que a gente está levantando é que, de acordo com tudo que a gente vem sofrendo desde o ano passado e durante este ano, é preciso repensar, conversar e discutir para saber o que está acontecendo — finalizou.