
O jogo deste domingo (9) terá um significado especial para o Grêmio. Encurtar a distância para o líder Botafogo e ganhar moral para encarar o Bahia, quarta-feira (12), pela Copa do Brasil. A noite será histórica também para Kannemann. Não só pela missão de parar Tiquinho Soares, artilheiro da competição com 10 gols – o que parecia improvável alguns meses atrás, quando o gringo teve de superar lesões graves. Domingo o zagueiro alcançará Renato Portaluppi em jogos pelo clube: 262. Uma relação construída com suor, superação e títulos.
Vice de futebol do Grêmio em 2016, quando o zagueiro foi contratado, o presidente Alberto Guerra comparou:
— Renato e Kannemann, cada qual na sua época, têm em comum características muito próprias e com as quais a torcida e o clube se identificam. Ver o argentino entrar em campo pela 262° vez vestindo nossa camisa, com a mesma energia, é uma satisfação para todos nós.
O ano de 2023 se confirmou em uma temporada de retomada para Kannemann. Após uma novela para definir sua renovação, e que só teve final feliz por conta da intervenção de Renato, o zagueiro conseguiu superar os problemas físicos dos últimos anos. Esteve à disposição em 27 dos 36 jogos do Grêmio no ano.
Neste domingo, ao completar sua 28ª partida na temporada, igualará sua melhor marca nos últimos três anos. Em 2021, quando começou a sofrer com as dores no quadril, também disputou apenas 28 jogos. E tem a chance de, com as 24 rodadas do Brasileirão ainda a disputar e também com o restante da participação gremista na Copa do Brasil, superar os 56 jogos que fez em 2017.
O argentino, inclusive, é parte fundamental desta retomada do Grêmio. Passa pelo zagueiro a opção feita por Renato de alterar o esquema para uma linha de três defensores, dando liberdade para que Kannemann possa se soltar pelo campo atrás de seu oponente.
— Deixar Kannemann preso na linha era como deixar um leão na jaula. Renato entende bem a função de dar essa liberdade para marcar. Kannemann não é um zagueiro para jogar preso na linha defensiva. Renato pede para que Kannemann e Bruno Uvini ajudem a pressionar alto. Assim, vimos ele participar da origem dos gols no Gre-Nal e também contra o Bahia — avalia Gabriel Corrêa, analista tático do Footure.
Em relação ao duelo contra Tiquinho Soares, Gabriel Corrêa projeta que o sistema defensivo como um todo será posto à prova. Pela movimentação do centroavante botafoguense, será importante que os zagueiros do Grêmio trabalhem em sincronia para evitar espaços ao principal jogador do adversário.
— É um espaço importante, que o Botafogo aproveita bem. O Tiquinho Soares atrai bem a marcação para alguém avançar nesse espaço, costuma sair pelos dois lados. Não sei se será só com o Kannemann, pode ser também com o Uvini. Promete ser um duelo interessante — projetou.
Parceiro de longa data de Kannemann, Geromel aponta que o argentino tem papel fundamental nos momentos de sucesso do clube nos últimos anos. E quando a fase não foi boa, o zagueiro foi um dos responsáveis por contribuir dentro e fora de campo com a melhora.
— O Kannemann transpira raça, e a energia dele é contagiante. Em todos títulos recentes do Grêmio, ele foi fundamental e sua competitividade eleva o nível dos treinos e do jogo de toda a equipe. Me sinto muito sortudo por ter o prazer de conviver com ele dentro e fora do campo — comentou Geromel, que é o único jogador no grupo a ter mais jogos (377) pelo Grêmio.
Ainda distante do topo da lista dos jogadores que mais defenderam o clube, Kannemann já ocupa posição de destaque no ranking de estrangeiros. Só fica atrás de Atílio Ancheta, que disputou 428 partidas entre 1971 e 1980 pelo Grêmio.