Ainda está viva na memória dos torcedores a inauguração da Arena do Grêmio. A apresentação, o show do Blue Men Group, a vitória por 2 a 1 sobre o Hamburgo, o adversário do Mundial de 1983 (e inclusive o mesmo placar). Pois o tempo passa: já se vão 10 anos desde aquela tarde/noite de 8 de dezembro de 2012. O estádio tricolor, se não é mais tão "novo", ao mesmo tempo deixou de ser centro de debate sobre pertencimento. É a casa dos gremistas.
Nesses 10 anos, a Arena viu quase tudo. Foi lá que o Grêmio terminou com o incômodo jejum de títulos e voltou ao protagonismo também em resultados. Conquistou a Copa do Brasil e a Recopa em frente à torcida, além de ter aberto a vantagem do Tri da Libertadores, sacramentado em Lanús. Virou uma fortaleza em clássicos: além de ter aplicado a maior goleada da história recente dos Gre-Nais, o 5 a 0 de 2015, só presenciou duas derrotas para o Inter, contra sete vitórias e oito empates. Há outra marca impressionante: nenhum time, além do Grêmio, foi campeão no estádio.
A seguir, veja as principais memórias dos 10 anos da Arena.
O clube promoveu uma grande festa para realizar a inauguração do estádio. Além das festividades, o time também venceu o amistoso contra o Hamburgo por 2 a 1. André Lima e Marcelo Moreno marcaram os gols do Tricolor. Westermann fez o da equipe alemã.
O primeiro compromisso oficial do Grêmio em sua nova casa foi carregado de emoção. O clube enfrentou a LDU pela Libertadores de 2013. A vitória com gol de Elano, por 1 a 0, no tempo normal levou a decisão para os pênaltis. Marcelo Grohe defendeu a cobrança final dos equatorianos e o Tricolor avançou com um 5 a 4 nas penalidades.
O goleiro Aranha, do Santos, foi alvo de ofensas raciais durante a partida pela Copa do Brasil contra o Grêmio. O episódio resultou na punição do Tricolor pelo STJD com a perda dos pontos e, por consequência, eliminação da competição.
A vitória por 4 a 1 sobre o Inter encerrou um período de dois anos sem triunfos em clássicos, além de marcar também a primeira vitória sobre o rival no estádio. Alan Ruiz foi o grande protagonista da partida, com dois gols. Luan e Ramiro fizeram os outros gols gremistas do confronto. Rafael Moura descontou.
A maior goleada em clássicos desde 1912 aconteceu na Arena. O Grêmio de Roger Machado encarou com seriedade o rival que foi para o jogo com o interino Odair Hellmann, três dias depois de a direção demitir Diego Aguirre. No primeiro tempo, Giuliano abriu o placar aos 34 minutos, Luan ampliou aos 43. No segundo, Luan balançou as redes novamente aos três, Fernandinho aos 30, e o zagueiro colorado Réver, contra, completou a festa tricolor aos 38: 5 a 0 na Arena.
A reestreia de Renato Portaluppi como técnico do Grêmio ficou marcada pela decisão contra o Athletico-PR na Copa do Brasil. A derrota no tempo normal, por 1 a 0, após falha de Marcelo Grohe, levou o jogo para os pênaltis. Mas a estrela do goleiro gremista falou mais alto, e Grohe garantiu a classificação ao defender três cobranças.
O torcedor teve de esperar por quatro anos até comemorar o primeiro título no estádio. Mas a demora valeu a pena. Sob o comando de Renato Portaluppi, o clube encerrou o período de 15 anos sem taças e bateu o Atlético-MG na decisão da Copa do Brasil: 4 a 2 no placar agregado.
O jogo de ida das finais da Libertadores de 2017 foi vencido pelo Grêmio por 1 a 0, com gol de Cícero. O resultado abriu caminho para a confirmação do título mais relevante das Américas sobre o Lanús.
O jogo terminou empatado sem gols, mas quente dentro de campo. Luciano, Pepê, Paulo Henrique e Caio Henrique foram os jogadores do Grêmio expulsos pela confusão. Edenilson, Moisés, Cuesta e Praxedes foram os colorados. A partida marcou o último jogo com público antes da paralisação do futebol por conta da pandemia.
A vitória sobre o Atlético-MG, por 4 a 3, não foi o suficiente para evitar o terceiro rebaixamento do clube. O jogo ainda ficou marcado pela cena de Douglas Costa acenando para a torcida após marcar um dos gols da partida.