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Personagem do primeiro Gre-Nal de 2022, mas por conta dos episódios de violência registrados fora do Beira-Rio, Villasanti será um dos protagonistas do Grêmio para o clássico 436. O volante teve o posicionamento ajustado por Roger Machado com o passar dos jogos e se afirmou como um dos acertos da nova comissão técnica. Mais próximo dos zagueiros, e com mais responsabilidades defensivas, o paraguaio é uma das esperanças da equipe para conseguir um bom resultado contra o rival após duas derrotas pesadas na casa do adversário. Além de marcar, também tem a qualidade técnica para construir lances ofensivos.
Contratado em agosto do ano passado como reposição para a saída de Matheus Henrique, Villasanti foi utilizado por Felipão e também por Vagner Mancini um pouco mais à frente do que joga atualmente. Após fazer o jogo da sua estreia como primeiro volante, e nas últimas duas partidas na função, superou a concorrência de Thiago Santos e Lucas Silvas, peças contratadas para a função. Um ajuste que teve influência de um companheiro de equipe de Roger Machado na era de conquistas do Grêmio na década de 90.
— Quando cheguei, liguei para o Arce. Enfrentei ele no Cerro Porteño com o Fluminense pela Libertadores. O Villa tinha dois meias ao lado. E o Arce disse que o Villa gostava de jogar em uma posição atrás da linha da bola e tendo o controle do meia. Eu vi isso contra o São Luiz e pude ver isso hoje (sábado). Tentei buscar o equilíbrio e talvez a gente tenha encontrado esse ponto — disse o técnico gremista, em entrevista coletiva após a vitória sobre o Ypiranga.
O processo, no entanto, levou algumas rodadas até se consolidar. Sem contar com Thiago Santos em sua reestreia no comando da equipe, Roger Machado apostou em um trio de meio-campistas. E uma das novidades foi a utilização de Villasanti na base do tripé, com Gabriel Silva e Bitello mais adiantados. Técnico do São Luiz na época, Paulo Henrique Marques citou que a atuação do paraguaio criou dificuldades para a sua equipe.
— É um jogador de mobilidade, boa técnica. Mas o principal é a mobilidade. É o que se procura hoje, faz com que o adversário precise te marcar pela capacidade de manter a posse de bola com a própria equipe. É um volante que marca, mas que dá o passe redondo, consegue propor o jogo e transitar pelo campo — cita Paulo, que assume o São José para a disputa da Série C.
Com o retorno de Thiago Santos, o volante foi titular no Gre-Nal da primeira fase do Gauchão e nas partidas contra Mirassol e Novo Hamburgo. Mas em busca de mais mobilidade, Villasanti teve seu posicionamento ajustado e novos companheiros.
— O principal impacto é a mudança de posicionamento dele no modelo do Roger. Enxergar esse movimento para colocar o Villasanti como o camisa 5 é importante por ele ter uma circulação de bola mais rápida do que o Thiago Santos. Mesmo não sendo um grande volante construtor, deixa a saída de bola mais rápida do que era. Colocar ele nesta função tira as responsabilidades ofensivas que ele não fazia no Cerro e no Paraguai, e deixa o Villasanti em uma situação em que pode circular a bola de forma mais rápida — avalia o analista do Footure, Gabriel Corrêa.
Com a responsabilidade de marcar, mas também a liberdade para armar o jogo desde o campo de defesa, Villasanti é uma das afirmações deste inicio de trabalho de Roger Machado. Mesmo com os treinos fechados no CT Presidente Luiz Carvalho desde terça-feira (15), o paraguaio assumiu a função de "volante construtor" e tem lugar garantido na equipe titular para o Gre-Nal. Resta desvendar o mistério de quem irá compor o restante do meio de campo para a partida de ida das semifinais do Gauchão neste sábado (19).