Em 228 jogos pelo Grêmio, Bruno Cortez foi da desconfiança na chegada, passando por títulos, críticas até chegar no rebaixamento. O lateral-esquerdo de 34 anos não ficará no clube para mais uma temporada. Na quarta-feira (15), o jogador foi comunicado, junto com Rafinha e Diego Souza, de que não terá o seu contrato renovado.
Os cinco anos de Cortez na Arena foram um microcosmo daquilo que foi a sua carreira. Sem muito destaque em seus primeiros anos no mundo da bola, Cortez chegou ao Botafogo em 2011 sem atrair muitos olhares. Logo se firmou com a camisa rubro-negra, ganhou destaque e até uma convocação para a Seleção, então comandada por Mano Menezes. A persistência e seu fôlego inesgotável para cobrir toda a faixa esquerda do campo eram suas principais virtudes.
De General Severiano se transferiu para o Morumbi em 2012, onde o rendimento não foi o mesmo. Perambulou por Benfica, Criciúma e futebol japonês sem conseguir se firmar. Estava perto de fechar com o Náutico quando Renato Portaluppi o indicou para o Grêmio em 2017.
Esse roteiro de um bom início e de queda paulatina de desempenho se repetiu em Porto Alegre. A primeira temporada foi a melhor. Cortez se encaixou em uma equipe estruturada e conquistou a Libertadores daquele ano. Aos poucos o rendimento entrou em declínio.
Os erros de cruzamento se multiplicaram. A solidez defensiva foi sendo perdida. Mas apesar da queda na performance, a lateral esquerda seguia com ele. A direção tentou substitutos. Juninho Capixaba, Caio Henrique e Diogo Barbosa foram contratados para assumirem a posição. Mas a saída de Cortez do time sempre foi momentânea. Logo, ele reassumia a titularidade.
— Além de ser um líder nato, é um jogador querido por todos nós. Profissional máximo que possa ter pela conta. Exemplar, procura fazer tudo aquilo que é determinado pra ele. Independente da idade é um jogador que tem uma capacidade física impressionante. Faz muito bem ao grupo, é alegre, participativo e se propôs a estar conosco nesse processo de renovação com essa garotada — enalteceu Alexandre Mendes, auxiliar de Renato Portaluppi, em março deste ano.
Foi assim em 2019, 2020 e 2021. Desde que chegou ao Grêmio, Cortez foi campeão da América, vice do Mundial e levantou a taça do Gauchão quatro vezes, mas sai em baixa após o rebaixamento no Brasileirão.