Em busca de um armador para a temporada de 2022, o Grêmio tem como alvo Martín Benítez. O argentino de 27 anos, que defendeu Vasco da Gama e São Paulo nas duas últimas temporadas, iniciou a carreira no Independiente, clube no qual tem contrato até o meio do próximo ano. Ele também teve passagem pela base da seleção argentina. Conheça mais sobre esse jogador que poderá reforçar o meio-campo tricolor.
Jovem de boa qualidade técnica, Martín Benítez chamou atenção quando ainda estava na base do Independiente e integrou o elenco da seleção argentina que disputou o Mundial sub-17, em 2011. Ele era reserva da equipe comandada por Óscar Garré e atuou em apenas duas das quatro partidas da Argentina, que acabou eliminada nas oitavas de final para a Inglaterra.
A estreia como profissional do Independiente veio no ano seguinte. Com apenas 17 anos, Benítez recebeu a primeira oportunidade na equipe comandada por Ramón Díaz. Naquele mesmo ano, ele foi companheiro de Diego Churín no clube de Avellaneda.
Hoje pretendido para ser o armador do Grêmio, Benítez deu os primeiros passos jogando como extrema. Tanto pela esquerda quanto pela direita, ele era arma pelos lados do campo no Rojo. Foi nessa função que atuou na maior parte da campanha do título da Sul-Americana, em 2017, sob o comando de Ariel Holan.
Aquela conquista levou o Independiente a ser o adversário do Grêmio na Recopa Sul-Americana de 2018, decidida nos pênaltis, na Arena. Foi justamente Benítez que fez a última cobrança argentina, que Marcelo Grohe defendeu para dar o bi da Recopa aos gremistas.
Depois daquele erro que custou a chance de mais uma conquista internacional para o Independiente, Benítez publicou um emocionado texto em sua conta no Instagram, junto a uma foto da filha Ambar lhe esperando, e agradeceu aos torcedores pelo carinho recebido nas redes sociais.
"Às vezes, dizemos "por que isso aconteceu comigo?" Mas ao chegar a tua casa e está te esperando alguém que amas com todo coração nesta vida, e por aí ela (a filha) não estaria entendendo o que passou, mas entendeu tudo. É fácil publicarmos fotos quando tudo está bem. Mas o futebol é assim. Sei que demos o nosso melhor dentro de campo e isso também me faz querer continuar. Até minha última partida pelo Independiente vou dar o meu melhor, porque amo esse clube. Sou o jogador que mais sonhava em trazer essa taça para a Argentina. A única coisa que quero dizer é que deixei tudo o que podia dentro do campo nestas duas finais. Deus é fiel e sempre será”, escreveu o jogador.
O título da Sul-Americana foi o ponto alto de uma trajetória no Independiente na qual Benítez não atingiu o nível esperado no seu surgimento precoce, quando chegou a ser comparado com Sergio Agüero, também criado na base do clube e de carreira de enorme sucesso no futebol europeu e na seleção argentina.
A sequência de lesões e as trocas de treinadores no clube ajudaram na sua perda de espaço, o que levou a atritos com a torcida. Sua decisão de deixar o clube aconteceu após ter sido duramente vaiado na partida contra o Fortaleza, pela Sul-Americana, em fevereiro do ano passado.
— Não estava desfrutando na minha etapa final no clube. Minha relação com a torcida não era boa e isso ficou claro contra o Fortaleza. Ter sido vaiado me incomodou muito e ali tomei a decisão de sair. Foi nesse momento que tomei a decisão sem chance de mudar de ideia — revelou o jogador que no mesmo mês acertou seu empréstimo para o Vasco.
Do Vasco, Benítez foi para o São Paulo, cujo o contrato de empréstimo acaba no final deste ano. Mesmo tendo mais seis meses de vínculo com o Independiente, a volta para Avelleneda está praticamente descartada.
— Não vai voltar porque a direção não tem a intenção no regresso e o jogador já manifestou em mais de uma ocasião que considera seu ciclo no clube encerrado. Por conta disso, acredito que sua saída para o Grêmio será concretizada. A única coisa que poderia mudar a situação é porque o Independiente está trocando de técnico, a tendência é de que seja o Eduardo Domínguez. A única forma de mudar a situação é se o Domínguez quiser contar com o Benítez, mas é algo que não considero provável — afirma Favio Verona, setorista do Independiente no Diário Olé.