
A má fase do Grêmio, que amargou uma sequência de cinco jogos sem vitória, teve um sobressalto com o bom resultado contra o Juventude, na Arena, ainda sem conseguir sair da zona de rebaixamento do Brasileirão, mas com uma injeção de ânimo. Das arquibancadas ao vestiário, a energia contagiante denunciada e trazida pelo novo vice-presidente de futebol Dênis Abrahão, dirigente com trajetória nos anos 1990, foi a responsável pela vitória, na visão do próprio cartola e também do técnico estreante Vagner Mancini.
As palavras inflamadas de Dênis sentenciaram que o Tricolor terá 13 finais de Mundial de Clubes para disputar até a última rodada do Campeonato Brasileiro. Ele prefere não fazer contas, não ser otimista e considerar a próxima partida como a mais importante, mas revela que espera escapar do rebaixamento somando 44 pontos.
— Teremos de sangrar para sair desse buraco. Arrastar a bunda dando carrinho, fazer gol de qualquer maneira, temos que dar um jeito. Com organização, sem malandragem, vamos nos doar ao máximo — comenta Dênis, em entrevista ao Paredão do Guerrinha deste sábado (23).
— Fizemos um pacto para os 13 jogos que restam. Faremos cada jogo como se fosse o último, corda esticada. Mas corda bem esticada mesmo. Cada jogo daqui para frente é uma decisão e nós vamos usar todos argumentos e possibilidades motivacionais que existirem para deixar o jogador tranquilo, sereno. Disse para eles entrarem em campo e serem felizes, sorrindo, joguem o que sabem. Aqui fora deixem pra mim, aconteça o que acontecer lá dentro — complementa, revelando o que disse aos jogadores no primeiro contato.
Questionado sobre o que o fez voltar ao Grêmio, onde começou como coordenador da portaria nos anos 1990 e chegou a ser campeão da Copa do Brasil como diretor-executivo, mas estava afastado da vida política há tempos, a resposta foi embasada em sentimento.
— Amor me fez voltar agora. Muito simples. Se não atender este chamamento no momento de dificuldade, vou atender quando? Quando o time está ganhando, qualquer um quer. Na hora da dificuldade tem de ser galo para assumir o desafio. E este time é bom! Não é para ser campeão, mas não é para estar onde está — declara.
Ele garante que todos recursos motivacionais serão utilizados para mobilizar a comissão técnica e os jogadores. Dênis faz uma comparação com as empresas que ele administra, as quais não deixou de dedicar-se nem nos piores momentos de pandemia, quando segundo ele mesmo "tinha medo de sair de casa".
— O torcedor sofre muito porque não sabe o que está acontecendo. O dirigente sabe, e eu tenho muita esperança. Posso me quebrar, mas tenho esperança. Ou saímos ou nos arrebentamos, e nós vamos com tudo. Estou almoçando, jantando e dormindo Atlético-GO até segunda. Jogo a jogo. Não pode elucubrar tantos pontos lá outros tantos aqui. Não. Pensa no Atlético e esquece o resto. Outra: esquece o que passou também, só foca no agora — disse.