Capitão do Grêmio no momento mais delicado da história recente do clube, o lateral-direito Rafinha se espelha no antigo parceiro de Bayern de Munique, Philip Lahm, para liderar os seus companheiros no Tricolor. Em entrevista a GZH, o lateral se define como um líder positivo e exigente.
— Sou um cara muito exigente. Cobro dos mais novos e dos mais velhos, sempre da mesma forma e com as mesmas palavras. Para algumas pessoas, isso pode soar de forma diferente. Tenho 18 anos como profissional e nunca tive problema com nenhum treinador. Cobro todos de forma igual. Atuei por oito anos no Bayern, fui o terceiro capitão e todo mundo me respeitava. Joguei no Bayern, no Schalke 04, no Genoa, no Flamengo, no Olympiakos e nunca tive nenhum problema. Sou uma pessoa do bem. Sou um líder positivo e que transmite coisas boas e está sempre querendo ajudar, esse sim sou eu. E só cobro os companheiros dentro de campo, pelo resultado e para que a gente melhore a cada dia. E me cobro também. Não me meto na vida de ninguém — afirmou o lateral.
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Após atuar por oito anos no Bayern de Minique, Rafinha passou a ter como modelo de liderança o ex-lateral Philip Lahm, que foi capitão do time alemão e da seleção da Alemanha.
— Convivi com o Lahm por muitos anos e ele é o maior exemplo de liderança para mim. Ele era meu concorrente na disputa pela lateral direita e mesmo assim sempre pedia para a diretoria renovar o meu contrato. Não só o meu, mas de todos que ele via que vestiam a camisa do clube, estavam ali pra ajudar e faziam o bem pelo clube. Ele tinha um bom ambiente com todos e tinha uma liderança natural. Aprendi muita coisa com ele. Era muito boa praça e dentro de campo todos reconheciam a sua qualidade — completa.
Rafinha recorda que amargou a reserva de Lahm no início da sua trajetória no Bayern, até que o técnico Pep Guardiola encontrou uma forma de utilizar os dois juntos na equipe titular.
— O Guardiola botou o Lahm no meio-campo e me botou para jogar na lateral. Para você ver a força do Guardiola. Nos primeiros meses, ele sofreu críticas até de onde não esperava. “Você está louco? Tirar o capitão da seleção alemã da lateral para por o Rafinha na direita?” E ele respondeu: “o meu time é Rafinha e mais 10”. Isso foi muito importante para minha carreira. Trabalhei por três anos com o Pep e aprendi muito com ele — finaliza.