Tchula, 24 anos, recordista em jogos pelo Grêmio e única jogadora remanescente do elenco que venceu título do Gauchão Feminino de 2018, voltará a disputar o campeonato estadual depois de dois anos sendo desfalque por lesões e cirurgia no joelho esquerdo. Coincidência ou não, quando ela não esteve em campo, o rival Inter levou a melhor nos clássicos decisivos e conquistou o bicampeonato (2019 e 2020). Além da expectativa pela briga por título, ela comemora a evolução do torneio:
— Mudou bastante desde aquele primeiro que joguei em 2017, temos mais visibilidade, isso é bom para todo mundo.
— Tomara que a gente repita a festa de campeã — projeta a volante, lembrando a comemoração no Beira-Rio em dezembro de 2018 e fugindo da superstição:
— Não é só eu estar em campo, não, temos todo um time trabalhando duro, vou só tentar ajudar.
Em 2017, estava no time que perdeu para o Inter. Em 2018, venceu e celebrou o único título gremista desde a retomada da equipe. No ano seguinte precisou operar o joelho, e viu a lesão voltar ao final da temporada de 2020, tirando-a das duas últimas decisões.
— É muito difícil ver (a lesão) de fora e não poder ajudar as companheiras — lamenta a jogadora, reconhecendo a evolução do time ao longo das últimas temporadas:
— Todas as meninas que sobem são abraçadas por nós, as que chegam de fora também encontram seu espaço.
A receita para recuperar a supremacia estadual é encarar o Gre-Nal como um campeonato a parte dentro da final. Tchula diz que não fica nervosa, apenas ansiosa pelo começo do duelo. Ela conta que vai para o jogo escutando música — hip-hop ou pop, de preferência — e procura as companheiras para conversar desde a chegada ao estádio:
— A concentração começa no caminho, depois no vestiário a resenha toma conta. Cada uma tem seu jeito de sentir a expectativa para o jogo, eu mesma me acostumei a não considerar perder em nenhum momento. Gre-Nal tem um espírito muito diferente, nem sei descrever.
Ela espera que o ritmo mude um pouco e vire festa no vestiário caso o time gremista chegue até a final e vença novamente. Sempre lembrando de ressaltar a qualidade das adversárias, a capitã da resenha promete que em caso de mais um título do Grêmio:
— Vai ter pagode.