Após o Gre-Nal, no sábado (20), Felipão explicou na entrevista coletiva pós-jogo que pretende utilizar Douglas Costa no Grêmio da mesma forma que escalava Dudu no Palmeiras. Para quem não acompanhou a passagem do treinador pelo clube paulista, entre 2018 e 2019, pode ter ficado a dúvida: mas, afinal, como o camisa 7 palmeirense era usado por Luiz Felipe Scolari?
— Pretendo utilizar o Douglas Costa de um lado do campo, como meia, do outro lado muitas vezes, como usei muitas vezes no Palmeiras o Dudu — disse Felipão após o empate sem gols no clássico, dando indícios da sua ideia para o camisa 10 tricolor.
Como falou, por alto, o técnico gremista, sua intenção é variar o posicionamento de Douglas Costa. Seja iniciando uma partida ou até mesmo durante o jogo. Era assim, ao menos, que Dudu era utilizado no Palmeiras de Felipão.
A ideia de formatação tática do time, pela amostragem da estreia, é a mesma: um 4-2-3-1. Sistema bastante utilizado por Renato Portaluppi nesta última passagem pelo Grêmio, Felipão também costuma organizar seus times, nestes últimos anos, com dois volantes e uma linha com um meia centralizado e dois abertos atrás do centroavante.
No Palmeiras, Dudu fazia qualquer uma das três funções do meio para a frente. Ora, era escalado aberto pela direita. Ora, pela esquerda. Ou até mesmo centralizado. A ideia de Felipão para Douglas Costa é a mesma, tendo a possibilidade de colocar o camisa 10 em qualquer uma das funções como um dublê do que fazia Dudu em sua passagem pelo clube paulista.
— Ele é um jogador criativo, que pode fazer a diferença. Ele é também, taticamente, bem evoluído — destacou Felipão ao falar sobre Douglas Costa.
Até mesmo durante os jogos, o posicionamento pode variar. Era assim com Dudu, que por vezes iniciava a partida de um lado, mas depois caía para o outro ou ficava centralizado. Foi assim, com liberdade para se movimentar por todos os setores do ataque, que o camisa 7 palmeirense cresceu e se tornou ídolo da equipe.
— Felipão usava o Dudu predominantemente nas pontas, mas algumas vezes o escalou centralizado, como um jogador mais criativo. Quando jogava pelos lados, alternava bastante. Tinha jogo, inclusive, que não estava dando muito certo e ele trocava de lado — relata o repórter Bruno Ceccon, da Gazeta Esportiva.
Em 2018, Felipão tinha praticamente dois times no Palmeiras: o da Libertadores e Copa do Brasil, considerado titular, e o do Brasileirão, com jogadores reservas. Dudu, porém, era frequentemente escalado nas duas equipes, tanto que fez 66 jogos naquela temporada, sendo 31 pelo Campeonato Brasileiro.
— Com o Felipão, o Palmeiras não tinha uma escalação base, já que tinha um elenco grande e fazia muitas mudanças. Mas o Dudu jogava bastante por conta do bom desempenho físico e técnico — recorda o jornalista Rafael Bullara, editor do site Nosso Palestra, dedicado à cobertura do Palmeiras.
O repórter Guilherme Tedesco, que acompanha o dia a dia do Verdão pelo portal Esporte News Mundo, complementa:
— Independentemente de qual lado ele começasse jogando, tinha muita liberdade para flutuar no campo ofensivo inteiro. Às vezes, ia para a outra ponta, outras ficava como um segundo atacante. Dificilmente ficava preso em uma das beiradas do campo.
É justamente isso o que Felipão pretende. Agora no Grêmio, o treinador que fazer Douglas Costa assumir o protagonismo que Dudu conseguiu em seus tempos de Palmeiras. Ainda que o treinador peça cautela por conta da condição física e da falta de ritmo do camisa 10, a esperança é de que ele possa ser a principal peça ofensiva da equipe. Seja aberto ou por dentro.