O novo diretor-executivo do Grêmio, Diego Cerri, foi um dos convidados da Confraria do Pedro Ernesto do Show dos Esportes, na Rádio Gaúcha, na noite desta segunda-feira (21). Aos 46 anos, o profissional assumiu em junho o cargo anteriormente ocupado por Klauss Câmara, que deixou o Tricolor em setembro de 2020.
Em conversa com Pedro Ernesto Denardin, Luciano Périco e Diori Vasconcelos, o dirigente falou sobre a chegada ao clube gaúcho, política de utilização da base e busca por contratações. Confira abaixo os principais tópicos da entrevista:
Chegada no Grêmio
Recebi o convite com muita satisfação. O Grêmio é um clube enorme. Já tinha tido contato com a diretoria, mas na ocasião as coisas não progrediram. Agora quando recebi o convite, realmente fiquei entusiasmado. Teremos muito trabalho, mas estou muito satisfeito e convicto de que faremos um bom trabalho. Temos vivido dias diferentes por conta da pandemia, muitas mortes, dias tristes, e no futebol nos adaptamos para isso. Procuramos medidas, protocolos para diminuir o risco, mas ainda temos jogadores, membros do staff e funcionários contaminados. São dias atípicos em que tentamos manter o futebol em alta para trazer alegria à população.
Preparação para a função
Cada pessoa tem uma linha, uma formação um pouco diferente. Alguns vêm de carreira administrativa, outros são ex-atletas, alguns trabalharam como treinador, muitos vieram das faculdades de Educação Física. Eu vejo que tenho um perfil mais técnico de origem porque passei pelo futebol. Não tive uma carreira. A minha trajetória foi interrompida por lesão e depois fui para a faculdade. Estudei Educação Física querendo ser treinador. Engatei alguns anos tentando base, nos Estados Unidos, nos Emirados Árabes, e depois voltei. Cheguei a treinar o Barueri na primeira divisão, mas em 2009 migrei para a gestão esportiva. Minha formação é técnica, mas complementa com a parte de gestão.
Mau momento na temporada
Foi uma surpresa um início com três derrotas seguidas, ninguém esperava no clube. Não é normal nem pode ser. Não podemos nos acostumar com isso. Por outro lado, encontrei um ambiente de trabalho muito bom. Sem relaxamento e muito comprometido. Os Atletas estão em um vestiário forte, com uma comissão técnica de qualidade onde um complementa o outro, sob a liderança do Tiago Nunes. Temos uma diretoria forte e um clube muito organizado com processos claros, além de todos os departamentos estarem trabalhando juntos.
Reversão da situação no Brasileirão
Temos que trabalhar com seriedade, manter o foco, e ao mesmo tempo não deixar o peso cair sobre os protagonistas, que são os jogadores, para que eles possam desempenhar melhor. Temos um grupo de caráter, o que é o mais importante. E nessas horas isso pesa muito, porque se olha nos olhos e percebe o nível de comprometimento deles no vestiário e no campo.
Uso da base
Observei que temos jovens bem jovens e outros jogadores mais experientes, mas não temos muitos jogadores entre essas faixas etárias. Não se pode lançar todos jovens de uma vez. Quantas vezes os jovens são queimados em um processo muito acelerado? Venho das categorias de base, fui treinador e diretor. O Tiago Nunes também. Ninguém faz este processo sem um olhar diferenciado para a base. Dentro do clube todos temos o desejo de que a engrenagem funcione. A gente fala na “fábrica”, que o jovem saia da base, passe pela transição e chegue no profissional com os valores do clube desde baixo.
Contratações
Enquanto houver chance de contratar, não serei hipócrita de negar que analisamos. Vamos sempre comprometidos com o orçamento e a parte esportiva, fazendo com que o clube siga saudável como é e que sejamos competitivos. Mas não vou te dizer quais posições exatamente vamos atrás, mas vamos observar continuamente o mercado e se houver necessidade e oportunidade, vamos sim buscar quando achar necessário.