A volta de Douglas Costa ao Grêmio após mais de onze anos foi frustrante na Ilha de Retiro, na noite dessa quinta-feira (17), com a derrota de 1 a 0 para o Sport, pela quarta rodada do Brasileirão. O grande reforço gremista para a temporada entrou aos 17 minutos do segundo tempo, quando o Tricolor já perdia e pouco pôde fazer diante de uma atuação desorganizada da equipe de Tiago Nunes. O único gol do jogo foi marcado pelo lateral Sander, aos 33 da etapa inicial, em cobrança de falta que contou com falha do goleiro Paulo Victor.
Com mais um resultado negativo, o Grêmio segue sem somar ponto e é o lanterna do Campeonato Brasileiro. As três derrotas representam a pior arrancada do clube na competição desde 1998, quando foi batido por Inter, Atlético-MG e Corinthians nas primeiras três rodadas.
Mesmo com a derrota na Ilha do Retiro, Douglas Costa ressaltou o momento especial ao voltar a vestir a camisa gremista em uma partida oficial depois de 4.211 dias.
— É a realização de mais um sonho. No segundo tempo, nos comportamos melhor. O primeiro foi praticamente irreconhecível. É colocar em prática o que é novo. Quando tem a bola, fazer o adversário correr — declarou o camisa 10, que admitiu ainda buscar o ritmo ideal de jogo.
— Ritmo é algo que vou ganhando com o tempo, mas vamos trabalhar para melhorar e dar o máximo como todo mundo sabe que posso dar. Tenho que pisar no campo e ganhar condicionamento, só assim posso responder. Ainda não sei (quando ficará pronto) — completou Douglas Costa.
O Sport entrou em campo com uma formação parecida com a usada pelo Athletico-PR no último domingo, com três zagueiros e se defendendo no 5-4-1. Como havia acontecido na Arena, o Grêmio não teve criatividade para superar a marcação adversária. Tiago Nunes admitiu que o time ainda tem dificuldade para enfrentar equipes que se posicionam dessa forma.
— É uma dificuldade que não só o Grêmio tem. Precisa ter vitórias pessoal e muitos movimentos de ataque e infiltração para ter opção para quem recebe na entrelinha. Muitas vezes, os construtores da equipe passam a ser os zagueiros, o que acaba gerando alguma instabilidade. Precisamos melhorar essa chegada não apenas pelos lados, mas também no corredor central — avaliou Tiago Nunes, que justificou a opção por repetir os dez jogadores de linha titulares da derrota do último domingo em cima da ideia de passar confiança e dar ritmo aos jogadores.
— O treinador que muda o seu time a cada jogo gera instabilidade no grupo. Existem mudanças necessárias, como foi a entrada do Paulo Victor. Resolvemos repetir a mesma escalação porque penso que devemos ter uma base de time para termos um comportamento padrão e passar confiança. Dentro disso podemos promover mudanças aos poucos, como a chegada do Douglas Costa e dos jovens. O Bobsin, por exemplo, entrou muito bem — avaliou.
Essa única mudança feita por Tiago Nunes gerou discussão, já que Paulo Victor acabou sendo escolhido para substituir Brenno, que testou positivo para covid-19. O treinador gremista mostrou um certo incômodo na entrevista e discordou do questionamento feito por um repórter sobre a falha do goleiro no gol do Sport.
— Sou totalmente contrário ao cancelamento das pessoas, coisa que acontece com muita frequência hoje nas redes sociais. O Paulo Victor é experiente, que já jogou no Flamengo e em outros grandes clubes. Ele foi contratado pelo Grêmio, teve bom desempenho e oscilou, mas sou contra esse cancelamento. Sou contra essa cultura do futebol de apontar culpados. O desvio no Diego Souza tirou completamente o Paulo Victor da bola. Ele pode ter falhado em outros lances, mas nesse não falhou — defendeu.
Com o jogo contra o Cuiabá, que estava marcado para o próximo domingo, adiado, Tiago Nunes ganhará tempo para corrigir os problemas do time. O compromisso seguinte do Grêmio no Brasileirão será diante do Santos, na quinta-feira, às 21h30min, na Arena.